São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 2002

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ATLETISMO

Atleta do país bate queniano e vence tradicional prova de Brodowski

São Silvestre caipira atrai elite das ruas brasileiras

ADALBERTO LEISTER FILHO
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Menos conhecida que sua coirmã e, neste ano, disputada excepcionalmente dez dias antes da data do santo, a São Silvestre caipira foi vencida por Adalberto Batista Garcia, com o tempo de 29min23s -o percurso total é de 10 km.
Se não conta com o mesmo glamour da corrida paulistana, a São Silvestre de Brodowski (339 km ao norte de São Paulo) também atrai atletas de elite, como Maria Zeferina Balldaia, campeã da Maratona de São Paulo-2002, possui tradição -a primeira edição da prova foi em 1939- e, neste ano, contou até com uma emocionante disputa entre Brasil e Quênia.
Para homenagear Cândido Portinari, filho mais famoso da cidade, o traçado da prova passa diante da casa em que viveu o artista.
"Fizemos a São Silvestre no sábado [anteontem] para atrair mais atletas de elite", diz Waldir Benetti, presidente da comissão organizadora da prova e diretor de esportes da prefeitura local.
Até 2001, a São Silvestre de Brodowski, cidade com 17.147 habitantes segundo o último censo, coincidia com os festejos do Réveillon. "No ano passado, a premiação só aconteceu depois do Ano Novo", conta Benetti.
Garcia e o queniano David Cheruiyot protagonizaram a principal disputa da noite de anteontem. Cheruiyot, vencedor da Volta da Pampulha-2001, levava vantagem até quase o final da prova.
Porém foi prejudicado pelas inclinações do terreno e pela chuva. Ele tropeçou em uma valeta, caiu e perdeu a liderança para Garcia, recordista do país nos 5.000 m.
Mesmo assim, chegou só cinco segundos atrás do brasileiro, que, pela vitória, recebeu um prêmio de R$ 3.000. Cheruiyot teve que se contentar com um computador, recompensa do vice-campeão.
No ano passado, a premiação foi melhor. Garcia, campeão também em 2001, ganhou um carro.
No feminino, a vencedora foi Marizete Rezende, com o tempo de 34min06s. Maria Zeferina Balldaia, atual campeã da São Silvestre da capital, chegou em quarto -levou uma TV de 14 polegadas.
Marizete foi protagonista da história mais fantástica da corrida do ano passado. A atleta, mulher do fundista Diamantino dos Santos, 41, foi a vencedora da São Silvestre caipira de 2001, disputada no mesmo dia em que já havia corrido a prova paulistana.
Em São Paulo, Marizete ficou em 11º lugar, longe da zona de premiação. Saiu às pressas da capital, viajou de carro com Diamantino, que, correndo também na estrada, fez o trajeto em pouco mais de três horas. Chegaram a Brodowski a tempo de se posicionarem para a largada, às 23h.
Tanto esforço valeu a pena, Marizete ficou com o título e ganhou uma moto. Diamantino, que não havia corrido a outra São Silvestre, chegou em quarto lugar e levou uma TV de 20 polegadas.
Para contar com atletas de elite como Marizete, vencedora da Maratona de São Paulo-2001, e Diamantino, campeão da mesma prova em 1998, os organizadores da São Silvestre caipira receberam uma ajudinha da prova da capital.
"Depois que o horário da São Silvestre mudou, alguns atletas passaram a vir para cá. Antes, isso era impraticável", diz José Romero, diretor do departamento de águas e esgoto da prefeitura e membro do comitê organizador.


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