Principal contratação do clube para a temporada, artilheiro do Brasileiro-2008 é o destaque do confronto com o Mogi

Enquanto ex-jogador do Coritiba diz esperar retribuir carinho recebido da torcida, atacante Kléber afirma estar perto de ir para o Cruzeiro

Robson Ventura/Folha Imagem

Em treino em Cravinhos, o goleiro Deola tenta evitar ser driblado por Keirrison, que fará hoje sua primeira partida pelo Palmeiras

RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

O Palmeiras que enfrenta o Mogi Mirim, hoje, às 17h, em Ribeirão Preto, ainda não começou o Paulista de 2009. Por causa do atacante Keirrison, o estádio Santa Cruz verá, após três dias, uma segunda estreia.
Da equipe que superou o Santo André por 1 a 0 na última quarta-feira deverão ser mantidos dez titulares. Mas a expectativa pela primeira partida oficial do novo camisa 9 do clube paulista é, certamente, maior do que a gerada pela estreia do time na competição.
Nos dois treinamentos que o Palmeiras realizou em Cravinhos, município localizado a 22 km de Ribeirão, Keirrison foi mais assediado do que Diego Souza e companhia.
Das disputadas arquibancadas do estádio municipal Bela Vista, a torcida não parou de gritar o nome do novo candidato a xodó do Parque Antarctica.
Ontem, no primeiro coletivo dele, a torcida levou um susto com o arremate que saiu para fora do estádio. Na segunda finalização, driblou o goleiro reserva Deola e marcou o gol, para delírio dos fãs que se espremeram na grade do campo a fim de vê-lo mais de perto.
"Esse carinho é marcante. Estou chegando agora e já deu para sentir o fanatismo da torcida do Palmeiras. Sei que eles esperavam muito pela minha chegada, e eu vou fazer de tudo para retribuir essa confiança", afirmou o centroavante.
Tanta ansiedade faz sentido quando se olha para a verdadeira novela que foi a aquisição do atleta junto ao Coritiba.
Após mais de três meses de negociação, o clube paranaense aceitou liberá-lo antes do término de seu contrato, em abril deste ano, mediante o pagamento de R$ 1,5 milhão.
Desde que a Traffic assinara com Keirrison um pré-contrato, em outubro do ano passado, garantindo que 80% dos direitos do atacante seriam da empresa a partir do encerramento do vínculo do atleta com o clube paranaense, o Palmeiras já era tido como o futuro destino do jovem artilheiro.
No entanto, uma disputa judicial envolvendo os empresários do jogador e o time do Sul do país, dono dos 20% restantes, fez a vinda de Keirrison para São Paulo ser colocada em dúvida até a confirmação do acordo, na semana passada.
Em meio aos problemas extracampo, Keirrison também evitava falar sobre a negociação com o Palmeiras e, em diversas oportunidades, afirmou que só pensava em cumprir seu contrato com o Coritiba até o final.
Lidar com tanta pressão, porém, parece não incomodar o goleador do último Brasileiro, com 21 gols, ao lado do santista Kléber Pereira e de Washington, hoje no São Paulo.
"Desde as categorias de base é assim. Já subi [para o time principal] com uma responsabilidade muito grande", disse Keirrison, admitindo que, no Palmeiras, ela será dividida com mais companheiros.
O jogador sabe que, enquanto o goleiro Marcos -que faz trabalho físico específico para suportar toda a temporada- não voltar ao time, será o principal nome do elenco. Ainda mais porque o atacante Kléber, que ganhou status de ídolo em um ano, está próximo do Cruzeiro, segundo declarou ontem.
A entrada de Keirrison no time altera a maneira de o Palmeiras jogar. Diego Souza, que vinha desempenhando a função de atacante, será recuado de volta ao meio. Lenny, que fez boa partida contra o Santo André, deixa a equipe titular.


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