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Abertura do Rio-São Paulo poderia ser a final
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
Bem que esse jogo da rodada
de abertura poderia ser o decisivo do Torneio Rio-São Paulo
que se inicia. Afinal, é o campeão sul-americano contra o
campeão da Mercosul.
Mais do que isso: Vasco e Palmeiras, que já tinham ilustres
elencos, foram os que mais investiram em reforços. Diria
mesmo que foram os únicos que
deram altas tacadas no mercado. O Palmeiras mais do que o
Vasco, é verdade.
O equilíbrio, porém, deve vir
de baixo, pois não houve ainda
tempo suficiente para nenhum
time entrar neste torneio na
ponta dos cascos.
De qualquer forma, enquanto
fôlego houver, teremos um belo
desfile de craques, nesta tarde-
noite no Parque Antarctica.
Já o campeão brasileiro, que
pega o Botafogo num Maracanã limpinho e cheiroso, como
garantem os cariocas, esteve
mais é com os olhos espichados
num futuro que parecia quase
ao alcance da mão: o dia da volta de Viola.
Embora o Santos tenha sido a
redenção do craque, sua praia
seria mesmo o Parque, onde
nasceu. Viola é zona leste, da
cabeça aos pés. É Corinthians.
Ou melhor: é Coringa, é Timão.
Mas, sobretudo, poderia ser a
pedra de toque para o campeão
brasileiro ter a certeza de entrar
pela Libertadores da América
com esperanças de chegar onde
nunca em sua história pôde estar.
Com aquela bola rolando redondinha, desde lá detrás, o que
sempre faltou a esse Corinthians foi o pé (esquerdo) ou a
cabeça de um artilheiro do talhe
de Viola.
Isso sem contar todas aquelas
prosopopéias típicas do craque
que já fizeram e poderiam ainda fazer o gozo da Fiel.
Que vergonha essa mutretagem que os olímpicos senhores
armaram, hein?
Como se vê, cartola é, antes de
tudo, um estado de espírito, de
preferência, espírito de porco,
que dá como praga em qualquer
canto do mundo.
A diferença é que lá, quando
flagrados com a mão na massa,
vão caindo um atrás do outro,
como num jogo de dominó.
Já aqui...
Os mais esotéricos dirão que é
carma o outono do imperador.
Não bastasse ter sido derrubado
do trono da Fifa, onde reinou
impávido durante quase um
quarto de século, João Havelange vê seu nome envolvido em
denúncias sobre favorecimentos, como membro do Comitê
Olímpico Internacional.
Já os céticos preferem mesmo é
o velho ditado popular: aqui se
faz, aqui se paga.
E o nosso querido Zagallo?
Parece ter entrado numa gelada. Mal chegou ao Canindé,
Evair partiu, deixando nas
mãos do velho treinador um mico chamado Didi.
Agora, queriam simplesmente
tirar a dupla de zaga da Lusa.
Quer dizer: a Lusa tem técnico. Mas cadê o time?
Se não considero nenhum pecado associar a marca de uma
fábrica de cervejas ao esporte,
sem dúvida é um crime vender
bebida alcoólica, de qualquer
teor, em estádios de futebol. Sobretudo em tempos de violência
explícita como os que vivemos.
Alberto Helena Jr. escreve aos domingos, às segundas e às quartas-feiras
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