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FUTEBOL
Treinador nega dívida cobrada por jogador e o ataca; versões dos dois sobre o cheque sem fundo são conflitantes
Luxemburgo e Edmundo trocam farpas
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma série de acusações entre o
técnico Vanderlei Luxemburgo e
o atacante Edmundo foi a conseqüência da revelação de que o palmeirense cobra, na Justiça, dívida
do santista, que nega o débito.
A Folha mostrou, na quarta-feira, que o atleta quer receber dois
cheques de Luxemburgo de 1999,
no total de R$ 400 mil -um deles
não tinha fundos, e o outro nem
chegou a ser descontado. Na época, Luxemburgo dirigia a seleção,
e o jogador queria vaga na equipe.
Ontem, Edmundo ainda disse
que o técnico também pegou dinheiro emprestado com outros
jogadores, entre 1995 e 1996. Citou Djalminha e Vampeta. Ambos também eram candidatos à
seleção no segundo semestre de
1998, quando Luxemburgo assumiu o comando do time nacional.
Djalminha afirmou que não comentaria se fez algum empréstimo ao técnico por ser "algo pessoal". "Mas afirmo que o Luxemburgo não me deve nada." Vampeta não foi localizado.
No caso de Edmundo, o dinheiro foi dado pelo palmeirense ao
técnico para ser investido em factoring (que faz empréstimos) de
um amigo do treinador no Paraná, entre 1995 e 1996, segundo
ambos. Mas não houve retorno.
A partir daí, as versões são conflitantes. Luxemburgo afirmou
que devolveu os recursos a Edmundo. Mas o advogado do atleta, Luiz Roberto Leven Siano, nega que isso tenha ocorrido.
Já há uma decisão judicial, que
obriga Luxemburgo a pagar ou
tentar impedir a execução.
"Aquele era um cheque de uma
conta do banco Excel de 98, de
quando eu trabalhava no Corinthians. Quando o Edmundo o depositou, em 99, a conta nem existia mais", defendeu-se o técnico.
O atleta contou que recebeu os
cheques em 1999, quando cobrou
o treinador. Para Leven Siano, se
Luxemburgo deu cheques de conta inexistente, cometeu crime de
estelionato. O advogado do treinador, Michel Assef, não respondeu a telefonema da reportagem.
"É um cidadão [Edmundo] que
já teve problemas, inclusive o assassinato em que se envolveu,
mas agora não tenho respeito por
ele", atacou o técnico, citando acidente de carro no Rio. Ele estuda
processo contra o atleta e a Folha.
"Não retiraria a ação nem que
ele dissesse que eu sou o melhor
do mundo", rebateu Edmundo.
Luxemburgo disse que a CPI do
Futebol, no Senado, já investigara
o cheque para o jogador. Mas este
nunca apareceu na Comissão Parlamentar de Inquérito -só foi citado na defesa do técnico.
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