São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

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FUTEBOL

Treinador nega dívida cobrada por jogador e o ataca; versões dos dois sobre o cheque sem fundo são conflitantes

Luxemburgo e Edmundo trocam farpas

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma série de acusações entre o técnico Vanderlei Luxemburgo e o atacante Edmundo foi a conseqüência da revelação de que o palmeirense cobra, na Justiça, dívida do santista, que nega o débito.
A Folha mostrou, na quarta-feira, que o atleta quer receber dois cheques de Luxemburgo de 1999, no total de R$ 400 mil -um deles não tinha fundos, e o outro nem chegou a ser descontado. Na época, Luxemburgo dirigia a seleção, e o jogador queria vaga na equipe.
Ontem, Edmundo ainda disse que o técnico também pegou dinheiro emprestado com outros jogadores, entre 1995 e 1996. Citou Djalminha e Vampeta. Ambos também eram candidatos à seleção no segundo semestre de 1998, quando Luxemburgo assumiu o comando do time nacional.
Djalminha afirmou que não comentaria se fez algum empréstimo ao técnico por ser "algo pessoal". "Mas afirmo que o Luxemburgo não me deve nada." Vampeta não foi localizado.
No caso de Edmundo, o dinheiro foi dado pelo palmeirense ao técnico para ser investido em factoring (que faz empréstimos) de um amigo do treinador no Paraná, entre 1995 e 1996, segundo ambos. Mas não houve retorno.
A partir daí, as versões são conflitantes. Luxemburgo afirmou que devolveu os recursos a Edmundo. Mas o advogado do atleta, Luiz Roberto Leven Siano, nega que isso tenha ocorrido.
Já há uma decisão judicial, que obriga Luxemburgo a pagar ou tentar impedir a execução.
"Aquele era um cheque de uma conta do banco Excel de 98, de quando eu trabalhava no Corinthians. Quando o Edmundo o depositou, em 99, a conta nem existia mais", defendeu-se o técnico.
O atleta contou que recebeu os cheques em 1999, quando cobrou o treinador. Para Leven Siano, se Luxemburgo deu cheques de conta inexistente, cometeu crime de estelionato. O advogado do treinador, Michel Assef, não respondeu a telefonema da reportagem.
"É um cidadão [Edmundo] que já teve problemas, inclusive o assassinato em que se envolveu, mas agora não tenho respeito por ele", atacou o técnico, citando acidente de carro no Rio. Ele estuda processo contra o atleta e a Folha.
"Não retiraria a ação nem que ele dissesse que eu sou o melhor do mundo", rebateu Edmundo.
Luxemburgo disse que a CPI do Futebol, no Senado, já investigara o cheque para o jogador. Mas este nunca apareceu na Comissão Parlamentar de Inquérito -só foi citado na defesa do técnico.


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