São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

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COPA 2006

Entidade abandona negociação com jornais sobre o uso de imagem

Fifa mantém limitações à mídia

DA REPORTAGEM LOCAL

Acabou sem acordo a negociação entre a Fifa e a WAN (Associação Mundial de Jornais) a respeito das restrições ao uso de imagens da Copa do Mundo da Alemanha por jornais e sites.
Mesmo após algumas concessões, as regras para a mídia no Mundial continuaram severas. Estabelecem que é proibido o uso de fotos por sites na internet durante a realização das partidas. Poderão ser usadas somente dez imagens por jogo e mais quatro em caso de prorrogação e pênalti.
Outra limitação imposta pela Fifa atinge os jornais. Não será permitido o uso de títulos e gráficos sobrepostos às fotografias. Só cortes de imagem podem ser utilizados pelos veículos impressos.
As agências internacionais também são afetadas por imposições da Fifa, pois só poderão distribuir fotos se respeitarem essas regras.
A entidade esportiva abandonou a negociação, mantendo as limitações, segundo divulgou a WAN. Agora a associação de jornais vai pressionar patrocinadores da Copa e políticos europeus na tentativa de mostrar que os parceiros da entidade máxima do futebol perderão com as limitações à mídia. Estuda até mover um processo judicial contra a Fifa
Para obter credenciamento para a Copa-2006, todos os veículos de mídia têm que se comprometer a respeitar essas regras. Se não o fizerem, podem perder o direito de cobrir a competição.
"São interferências tanto na liberdade editorial e na independência quanto uma violação da liberdade de informar", disse, em carta enviada ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, o chefe-executivo da WAN, Timothy Balding, e o presidente da agência AFP, Pierre Louette. "Você deixou claro que rejeita essas idéias."
A carta foi redigida após a Fifa anunciar que não seguiria nas negociações, segundo a assessoria da WAN. A Folha não conseguiu saber a posição da entidade, pois seu escritório na Suíça estava fechado após a divulgação do fim das conversas entre as partes.
A organização esportiva encerrou as negociações pouco depois da primeira reunião, em 13 de fevereiro. Para a WAN, apenas "mudanças cosméticas" nas regras foram alteradas pela Fifa.
Ao justificar a restrição aos sites, a entidade alegou que tinha de proteger televisões e rádios que compraram direitos de transmissão do Mundial. Mas a WAN entende que o livre uso das imagens na internet não prejudicaria os que pagaram por esses direitos.


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