Equipe estreia hoje à noite na Copa do Brasil em momento semelhante ao do Corinthians de 2009, que faturou o título

Diante do Naviraiense e com Robinho, time nega obsessão pelo torneio em que jamais chegou à decisão e que leva ao interclubes da América

LUCAS REIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Parece déjà vu. O clube troca de presidente após anos de monopólio no poder, aposta em um treinador promissor, dispensa meio time, revê patrocínios e, graças a parceiros, contrata um renomado atacante. E sonha em voltar a disputar a Taça Libertadores da América.
Esse é o Santos, que hoje, com Robinho confirmado no ataque, faz sua estreia na Copa do Brasil, às 21h50, contra o Naviraiense-MS, em Campo Grande. Mas o clube em questão poderia ser, também, o Corinthians de 2009.
Uma diferença a ser ressaltada entre o atual Santos e o Corinthians do ano passado é que o time do Parque São Jorge foi rebaixado à Série B na temporada que antecedeu sua volta por cima, com as taças da Copa do Brasil e do Estadual.
Em 2009, o reformulado Corinthians foi a grande sensação do primeiro semestre. Com Ronaldo comandando o time, venceu as duas competições que disputou e garantiu a vaga para o torneio continental em 2010.
Hoje, a história se repete com o Santos. É o time que mais se destaca no país neste início de temporada. Lidera o Campeonato Paulista com sobras e já carrega a bandeira do favoritismo na Copa do Brasil.
Mas, apesar do bom futebol que vem apresentando, o time do técnico Dorival Jr. terá de exorcizar um fantasma. Assim como o rival na Libertadores, o Santos jamais chegou a uma final de Copa do Brasil.
No ano passado, por exemplo, foi eliminado logo na segunda fase pelo CSA-AL, em casa. Em nove participações, o clube chegou duas vezes à semifinal, em 1998 e 2000, eliminado por Palmeiras e Cruzeiro.
Outra diferença entre as duas agremiações está na obsessão pelos títulos. O Corinthians do ano passado declarava que a Copa do Brasil era sua grande prioridade no primeiro semestre. Já o Santos insiste em afirmar que dará o mesmo peso para ambos os campeonatos.
"Amanhã [hoje] começaremos a disputar uma competição paralela, totalmente diferente [do Paulista], mas tão importante quanto", declarou Dorival Jr., ontem, já na capital de Mato Grosso do Sul.
Mas o fato é que, apesar do discurso em contrário, a Copa do Brasil é o grande objeto de desejo da diretoria neste semestre. Tanto que, durante as negociações para trazer Robinho, o Santos bateu o pé até que o Manchester City topasse prolongar a data do empréstimo para 4 de agosto, justamente o dia da final da Copa do Brasil.
Assim, o velho discurso de que o torneio é o caminho mais curto até a Libertadores ganha ainda mais força no Santos. No Brasileiro, não contará com os dribles de Robinho até o final.
O time que entra em campo hoje é aquele que, para Dorival Jr., mais se aproxima do ideal. Neymar e Ganso, desfalques na vitória sobre o Mirassol, voltam, assim como o lateral-esquerdo Léo e o volante Arouca, que estavam contundidos.
"Se eliminarmos o jogo de volta, teremos uma semana proveitosa para ajustar a equipe", disse o goleiro Felipe. Para isso, o Santos precisa vencer por dois gols de diferença.