São Paulo, terça-feira, 24 de abril de 2007

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inédito

Leandrinho coloca periferia no mapa

Eleito melhor sexto jogador da NBA, brasileiro é 1º atleta fora do eixo tradicional da liga a ganhar premiação individual

Armador foi o cestinha do Phoenix na vitória sobre o LA Lakers na 1ª rodada dos mata-matas e é o 41º maior pontuador da temporada


ADALBERTO LEISTER FILHO
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Leandrinho, 24, tornou-se ontem o primeiro atleta fora do eixo tradicional da NBA e sem formação nos EUA a conquistar uma premiação da liga.
Com 578 pontos de 635 possíveis, o brasileiro do Phoenix foi eleito o melhor reserva (sexto jogador) nesta temporada.
Dos 127 jornalistas de EUA e Canadá que participaram da enquete, 101 puseram o armador na primeira posição. Nos últimos 12 anos, só Rodney Rogers, em 2000, teve votação mais expressiva na primeira posição, com 104 indicações.
Além das 101 escolhas em primeiro lugar, Leandrinho obteve 24 votos na segunda posição e uma lembrança na terceira colocação. Só um jornalista não pôs o atleta em sua lista.
"Eu não acreditava que isso aconteceria até hoje [ontem]. É um dos momentos mais felizes da minha vida", afirmou.
Sétimo maior pontuador da primeira rodada dos mata-matas, Leandrinho é o primeiro latino-americano a ganhar uma premiação individual na NBA.
O armador foi destaque da vitória do Phoenix sobre o LA Lakers, por 95 a 87 anteontem. Saindo do banco, foi o cestinha do time (26 pontos). "Sua velocidade é inacreditável", definiu o técnico Mike D'Antoni.
Os europeus foram os pioneiros fora dos EUA nas listas de melhores da liga. A Europa já obteve prêmios com nomes como o romeno Gheorghe Muresan e o croata Toni Kukoc.
Os outros continentes foram lembrados somente quando seus representantes haviam sido forjados no basquete universitário norte-americano. Esse é o caso do nigeriano Hakeem Olajuwon, do congolês Dikembe Mutombo e do libanês Rony Seikaly, entre outros.
Não é o caso do paulistano, que surgiu no Brasil, com o título do Bauru no Nacional-02. No ano seguinte foi a 28ª escolha do "draft" (seleção de calouros) e seguiu para o Phoenix.
A escolha de Leandrinho pode ser um sinal de que o alemão Dirk Nowitzki, do Dallas, tem chances de ser o primeiro atleta sem passagem pelo basquete universitário americano a ganhar o MVP (melhor jogador).
O prêmio também é significativo diante dos fiascos da seleção brasileira nos últimos anos. O país ficou fora das duas últimas Olimpíadas. No Mundial-06, o time não passou da fase inicial e ficou em 19º lugar, sua pior colocação na história.
Mesmo reserva, Leandrinho ocupa o 41º lugar entre os cestinhas da liga -está com média de 18 pontos por partida.
No Phoenix, só os titulares Amare Stoudemire e Steve Nash, MVP na última temporada, têm pontuação maior.
"Com ele na quadra, nosso time tem o contra-ataque de um homem só", destaca Nash.
O prêmio poderia até valorizar o armador, mas ele já renovou compromisso até 2012. Por mais cinco anos -o novo contrato tem início em 2008-, irá receber U$ 32 milhões (US$ 6,4 milhões por temporada).
O valor é uma pechincha na NBA. Outro brasileiro, Nenê, que vem obtendo menos destaque do que seu compatriota, obteve valor mais expressivo: US$ 60 milhões por mais cinco anos no Denver, média de US$ 10 milhões por campeonato.


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