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inédito
Leandrinho coloca periferia no mapa
Eleito melhor sexto jogador da NBA, brasileiro é 1º atleta fora do eixo tradicional da liga a ganhar premiação individual
Armador foi o cestinha do Phoenix na vitória sobre o LA Lakers na 1ª rodada dos mata-matas e é o 41º maior pontuador da temporada
ADALBERTO LEISTER FILHO
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Leandrinho, 24, tornou-se
ontem o primeiro atleta fora do
eixo tradicional da NBA e sem
formação nos EUA a conquistar uma premiação da liga.
Com 578 pontos de 635 possíveis, o brasileiro do Phoenix
foi eleito o melhor reserva (sexto jogador) nesta temporada.
Dos 127 jornalistas de EUA e
Canadá que participaram da
enquete, 101 puseram o armador na primeira posição. Nos
últimos 12 anos, só Rodney Rogers, em 2000, teve votação
mais expressiva na primeira
posição, com 104 indicações.
Além das 101 escolhas em
primeiro lugar, Leandrinho obteve 24 votos na segunda posição e uma lembrança na terceira colocação. Só um jornalista
não pôs o atleta em sua lista.
"Eu não acreditava que isso
aconteceria até hoje [ontem]. É
um dos momentos mais felizes
da minha vida", afirmou.
Sétimo maior pontuador da
primeira rodada dos mata-matas, Leandrinho é o primeiro latino-americano a ganhar uma
premiação individual na NBA.
O armador foi destaque da vitória do Phoenix sobre o LA Lakers, por 95 a 87 anteontem.
Saindo do banco, foi o cestinha
do time (26 pontos). "Sua velocidade é inacreditável", definiu
o técnico Mike D'Antoni.
Os europeus foram os pioneiros fora dos EUA nas listas de
melhores da liga. A Europa já
obteve prêmios com nomes como o romeno Gheorghe Muresan e o croata Toni Kukoc.
Os outros continentes foram
lembrados somente quando
seus representantes haviam sido forjados no basquete universitário norte-americano.
Esse é o caso do nigeriano Hakeem Olajuwon, do congolês
Dikembe Mutombo e do libanês Rony Seikaly, entre outros.
Não é o caso do paulistano,
que surgiu no Brasil, com o título do Bauru no Nacional-02.
No ano seguinte foi a 28ª escolha do "draft" (seleção de calouros) e seguiu para o Phoenix.
A escolha de Leandrinho pode ser um sinal de que o alemão
Dirk Nowitzki, do Dallas, tem
chances de ser o primeiro atleta
sem passagem pelo basquete
universitário americano a ganhar o MVP (melhor jogador).
O prêmio também é significativo diante dos fiascos da seleção brasileira nos últimos
anos. O país ficou fora das duas
últimas Olimpíadas. No Mundial-06, o time não passou da
fase inicial e ficou em 19º lugar,
sua pior colocação na história.
Mesmo reserva, Leandrinho
ocupa o 41º lugar entre os cestinhas da liga -está com média
de 18 pontos por partida.
No Phoenix, só os titulares
Amare Stoudemire e Steve
Nash, MVP na última temporada, têm pontuação maior.
"Com ele na quadra, nosso time tem o contra-ataque de um
homem só", destaca Nash.
O prêmio poderia até valorizar o armador, mas ele já renovou compromisso até 2012. Por
mais cinco anos -o novo contrato tem início em 2008-, irá
receber U$ 32 milhões (US$ 6,4
milhões por temporada).
O valor é uma pechincha na
NBA. Outro brasileiro, Nenê,
que vem obtendo menos destaque do que seu compatriota,
obteve valor mais expressivo:
US$ 60 milhões por mais cinco
anos no Denver, média de US$
10 milhões por campeonato.
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