São Paulo, terça-feira, 24 de abril de 2007

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Carpegiani tira fôlego do Corinthians

Com treinos de mais de três horas, técnico exige time mais compacto em campo e aponta o Milan como exemplo a seguir

Jogadores apontam que o trabalho está bem mais desgastante do que antes e que a preocupação tática cresceu com novo treinador


LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA

Após cinco treinos no Corinthians, o estilo de Paulo César Carpegiani começa a ser conhecido pelo elenco, que destaca dois aspectos: suor e tática.
Em Atibaia (a 60 km de São Paulo), ele tem comandado sessões de mais de três horas em que insiste na colocação.
"É um tipo de trabalho mais intenso, com grande ênfase no posicionamento", conta o zagueiro Betão, que ainda não sabe se vai permanecer como capitão do time com o novo técnico, a quem elogia.
"De tanta repetição [das jogadas nos treinos], o que ele quer será automático nos jogos, principalmente a compactação, que facilita para todos os setores do campo", completa ele, repetindo uma das palavras mais usadas por Carpegiani.
O próprio Betão explica como o treinador quer ver aplicado na prática o conceito de compactação. "Ele quer diminuir o espaço em campo entre os zagueiros e os volantes e entre os volantes e os meias."
Carpegiani inclusive já elegeu um exemplo de equipe que aproxima os atletas entre si, causando dificuldades para os adversários: o Milan.
E o empenho em tentar seguir o exemplo do time italiano tem exigido muito dos jogadores do ponto de vista físico.
"Os treinos estão muito puxados mesmo. A gente sai do campo depois de um trabalho pesado e é só descanso que vem na cabeça. O jogador chega ao quarto e só quer saber de dormir, de descansar", conta o goleiro Jean, destacando que, em Atibaia, o elenco não tem muita empolgação para desfrutar dos atrativos do resort em que estão concentrados.
Apesar de, na sua posição, o conceito de compactação não importar tanto -é uma insistência muito maior para os atletas de linha-, o arqueiro também sofre com as exigências táticas de Carpegiani, que espera o time mais comunicativo em campo.
"Ele quer que eu oriente bastante os companheiros, que posicione a zaga, que grite muito", resume Jean, para quem "a parte teórica é uma beleza e agora o desafio é aplicá-la no jogo".


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