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Carpegiani tira fôlego do Corinthians
Com treinos de mais de três horas, técnico exige time mais compacto em campo e aponta o Milan como exemplo a seguir
Jogadores apontam que
o trabalho está bem mais desgastante do que antes e que a preocupação tática cresceu com novo treinador
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA
Após cinco treinos no Corinthians, o estilo de Paulo César
Carpegiani começa a ser conhecido pelo elenco, que destaca dois aspectos: suor e tática.
Em Atibaia (a 60 km de São
Paulo), ele tem comandado sessões de mais de três horas em
que insiste na colocação.
"É um tipo de trabalho mais
intenso, com grande ênfase no
posicionamento", conta o zagueiro Betão, que ainda não sabe se vai permanecer como capitão do time com o novo técnico, a quem elogia.
"De tanta repetição [das jogadas nos treinos], o que ele
quer será automático nos jogos,
principalmente a compactação,
que facilita para todos os setores do campo", completa ele,
repetindo uma das palavras
mais usadas por Carpegiani.
O próprio Betão explica como o treinador quer ver aplicado na prática o conceito de
compactação. "Ele quer diminuir o espaço em campo entre
os zagueiros e os volantes e entre os volantes e os meias."
Carpegiani inclusive já elegeu um exemplo de equipe que
aproxima os atletas entre si,
causando dificuldades para os
adversários: o Milan.
E o empenho em tentar seguir o exemplo do time italiano
tem exigido muito dos jogadores do ponto de vista físico.
"Os treinos estão muito puxados mesmo. A gente sai do
campo depois de um trabalho
pesado e é só descanso que vem
na cabeça. O jogador chega ao
quarto e só quer saber de dormir, de descansar", conta o goleiro Jean, destacando que, em
Atibaia, o elenco não tem muita
empolgação para desfrutar dos
atrativos do resort em que estão concentrados.
Apesar de, na sua posição, o
conceito de compactação não
importar tanto -é uma insistência muito maior para os
atletas de linha-, o arqueiro
também sofre com as exigências táticas de Carpegiani, que
espera o time mais comunicativo em campo.
"Ele quer que eu oriente bastante os companheiros, que posicione a zaga, que grite muito",
resume Jean, para quem "a parte teórica é uma beleza e agora
o desafio é aplicá-la no jogo".
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