São Paulo, sábado, 24 de abril de 2010

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Revés do ano passado vira lição para o Santos

Dorival Jr., que ainda nem era o treinador do time na época, utiliza perda do título para o Corinthians como alerta para sua equipe

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Robinho se pendura em trave no treino de ontem do Santos, favorito ao título do Paulista-2010

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

A principal lição que o Santos levará para esta decisão do Campeonato Paulista não é a derrota para o Palmeiras na primeira fase (4 a 3) ou a má exibição no primeiro jogo da semifinal contra o São Paulo.
Na verdade, o técnico Dorival Jr. ainda estava longe da Vila Belmiro naquela derrota que será utilizada por ele na preleção do duelo de amanhã: a perda do título estadual do ano passado para o Corinthians.
"A grande lição que levaremos para a final foi aquela do ano passado, de quem se aproximou do título e não conquistou, pois encontrou uma equipe melhor postada naquele momento", disse o treinador.
Em 2009, nas mãos de Vagner Mancini, o Santos embrionário da atual formação foi derrotado no jogo de ida, na Vila, e empatou no Pacaembu.
"Tínhamos atletas experientes e iniciantes. [O revés] foi importantíssimo ter acontecido lá atrás para que tivéssemos um momento diferenciado neste ano", falou o treinador.
A situação, agora, mudou. O Santos enfrentará o Santo André, e não um de seus grandes rivais. Mas, para Dorival, o favoritismo do time é mínimo. "Eu acho que o Santos tem um ligeiro favoritismo em razão da campanha que realizou, mas nada mais que isso", disse.
Conquistar o 18º título estadual significará para o Santos manter uma escrita que perdura há 24 anos. Em toda a história do Campeonato Paulista, apenas em uma ocasião um time considerado pequeno derrotou um grande na decisão.
Em um Morumbi lotado, a Internacional de Limeira bateu o Palmeiras por 2 a 1 e foi campeã na edição de 1986. Dois anos depois, o Guarani também tentou, mas foi vencido pelo Corinthians; em 1989, o São Paulo ganhou do São José. Desde então, Bragantino, Ituano e São Caetano foram campeões, mas sem derrotar um dos clubes grandes na decisão.
Dorival até dá a receita para o adversário de amanhã quebrar esse tabu. "Eles precisam manter tudo aquilo que fizeram durante o torneio. E o Santo André tem essa característica de velocidade na transição da bola, a chegada dos dois homens pelas laterais e pelo meio. Para mim, não será uma surpresa caso aconteça alguma coisa."
Seu time está perto da marca dos cem gols na temporada -marcou 93 até aqui. Mas, segundo o treinador santista, a preocupação é outra. "Sinceramente, não fico pensando nesses números, não me preocupo com essa marca. Eu me preocupo com outra situação: se não levar nenhum gol, o Santos vai chegar até o seu objetivo."
Apesar de garantir que já tem o time pronto, Dorival fez mistério: não adiantou se escalará o Santos com dois ou três atacantes. Na última vitória, contra o São Paulo, Neymar e Robinho formaram a dupla de ataque e André ficou no banco.


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