São Paulo, sábado, 24 de abril de 2010

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Time que Brasil pegará na estreia é formado por funcionários públicos

DO ENVIADO A PYONGYANG

O adversário da seleção de Dunga na estreia será um time formado na maioria por funcionários públicos que dividem parte do tempo entre o trabalho e a paixão por jogar futebol.
A última vez que o Brasil encarou um rival semiamador em Copas foi em 82. Na ocasião, goleou a Nova Zelândia (4 a 0).
Com exceção dos que atuam no exterior, no máximo quatro, os norte-coreanos não conseguem viver só do esporte e estão longe de receber os salários dos convocados por Dunga.
O time norte-coreano que mais cederá atletas para a Copa da África do Sul é o 25 de Abril. Representa o Exército local, força que mantém o regime comunista há mais de meio século. O governo não permitiu que a reportagem fizesse uma visita ao clube. Pouco se sabe no mundo sobre seus jogadores. Apenas que quase todos atuam ou atuaram na seleção local.
Um quinto (ou 20%) da população masculina entre 17 e 52 anos é empregada pelo Exército. Seu time já venceu mais de dez vezes a liga norte-coreana.
Assim como o 25 de Abril, os outros clubes do país constituem um braço do poder. Todos vivem dos subsídios estatais e disputam um campeonato semiprofissional.
O futebol é dividido em duas temporadas. Nenhuma equipe disputa torneios internacionais já que os times não respeitam as regras de transferência.
Um dos destaques do país é Choe Myong-ho, atração no Mundial sub-17 de 2005. Suas boas atuações lhe renderam o título de "melhor jovem jogador da Ásia" e o apelido, em seu país, de "Cristiano Ronaldo norte-coreano". Fora dos últimos jogos das eliminatórias, ele não está confirmado na Copa.
Já o "zanichi" (descendente de norte-coreano nascido no Japão) Jong Tae-se é o principal nome do time. Nascido em Nagoya e filho de sul-coreanos, pediu recentemente a nacionalidade norte-coreana. Seus estudos no Japão foram em escolas subsidiadas pelo governo da Coreia do Norte. (SR)


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