|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
STOP & GO
'Atacantes'
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Quem nunca sonhou em ser
jogador de futebol? Honestamente, nunca pensei nisso, apesar de algumas boas atuações
na infância.
Nunca pensei em ser piloto
também, sonho de bacana, que
filho de classe média remediada
não ousaria.
Mas Michael Schumacher parece ter sonhado com os gramados. A ponto de se lançar como
jogador, pela terceira divisão
suíça, no último domingo, pela
modesta equipe do Aubonne.
A estréia, na posição de atacante, imposta pelo técnico, não
foi tão boa. Goleada de 6 a 1
para o adversário.
Onze toques na bola, quase
um gol de cabeça e uma boa
desculpa. "Na verdade, minha
posição ideal é um pouco mais
recuada", declarou.
Na verdade, como todo mundo sabe, essa história começou
numa brincadeira. O técnico do
time bateu na casa do alemão
para pedir um jogo de camisas.
Schumacher surpreendeu ao
condicionar os uniformes à sua
presença na lista de jogadores.
O interessante de tudo isso é a
humanização do perfil do piloto, há menos de dois anos, o
grande exemplo de robô da F-1.
Para muitos, Schumacher deixou a arrogância de lado quando começou a sofrer as agruras
de ter que dirigir uma Ferrari.
Mas é notável sua transformação. Deixou a glamourosa
Mônaco pela calma tediosa da
Suíça, onde se dedica a trabalhos caseiros como pendurar
quadros ou montar o berço da
filha Ginna Maria.
Sua simplicidade chega a
ponto de, com a família, aproveitar a proximidade da residência com a Alemanha e comprar geléia no país natal.
"É mais barato. Não é porque
estou numa situação confortável que me submeterei a pagar
mais caro pelas coisas." Por
confortável, entenda-se mais de
US$ 50 milhões por ano.
A dúvida: Schumacher encostou o burro na sombra e tirou o
pé? Mônaco, há 14 dias, prova
que não.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|