São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2001

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FUTEBOL

Medida é adotada por nutricionista para dar "toque familiar" à comida

Seleção leva um cozinheiro, feijão e farinha para a Ásia

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A seleção brasileira se prepara em Tóquio, no Japão, para a disputa da Copa das Confederações com um reforço na cozinha.
Para evitar que os jogadores tenham problemas com a culinária oriental, um cozinheiro brasileiro acompanhará a delegação até o final da competição, que, a partir do dia 30, vai ser realizada no Japão e na Coréia do Sul.
O cozinheiro, cujo nome a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não divulgou, será o responsável pela preparação de todas as refeições dos jogadores e da comissão técnica durante o período de disputa do torneio.
Além de contar com um cozinheiro brasileiro, a delegação levou cerca de 100 kg de feijão preto e de farinha branca nacional.
""O feijão e a farinha, que não encontramos no Japão, servirão apenas para que os jogadores tenham uma comida mais familiar. O cozinheiro está trabalhando para dar um toque mais brasileiro na comida", disse a nutricionista da seleção brasileira, Sílvia Ferreira, que não viajou para a Ásia.
A alimentação é um dos principais problemas enfrentados fora de campo pelos atletas brasileiros em competições disputadas no continente asiático.
Alguns jogadores não conseguem se adaptar à culinária oriental e perdem bastante peso.
Antes de embarcar, vários jogadores já temiam ter dificuldades para comer pratos típicos.
Na Coréia do Sul, a carne de cachorro é consumida pela população. Além disso, os coreanos apreciam temperos apimentados. A culinária japonesa é temida por alguns atletas da seleção, que não gostam de frutos do mar crus, característica gastronômica do país.
Apesar da quantidade de feijão levada pela CBF para a Ásia, a nutricionista da seleção disse que não haverá feijoadas nos dias de folga dos jogadores.
Sílvia, que é nutricionista do Flamengo, foi contratada em março para trabalhar com Emerson Leão, técnico da seleção.
Sílvia ocupa um dos cargos mais polêmicos da seleção. Desde 1994, a CBF não contratava uma nutricionista para o time principal.
Às vésperas da Copa daquele ano, vencida pelo Brasil, a nutricionista Patrícia Bertolucci abandonou o grupo após ter proibido, sem sucesso, feijoadas durante a disputa do Mundial nos EUA.
A decisão criou polêmica na comissão técnica. Na ocasião, mais de 100 kg de carnes para feijoada, como paio, toucinho e carne-seca, estavam embalados na concentração da seleção em Teresópolis (RJ) para seguir com a delegação.
Patrícia alegava que esses alimentos eram de digestão difícil e teriam pequeno valor nutritivo para os jogadores.
A Copa das Confederações começará no dia 30, na Coréia. A seleção estreará no dia seguinte.


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