|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
STJD recebe ação do clube, quer ouvir o Corinthians e pode protelar apreciação do mandado
Santos ameaça ir à Justiça comum
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo sem saber a resposta ao
seu mandado de garantia impetrado ontem no STJD (Superior
Tribunal de Justiça Desportiva)
para paralisar o Campeonato
Paulista, o Santos já cogita entrar
com uma ação na Justiça comum.
Inconformada com a divulgação do uso de pontos eletrônicos
por dois atletas do Corinthians
-Maurício e Ricardinho- na
segunda partida da semifinal do
Estadual, a diretoria do Santos
quer anular o jogo e forçar a marcação de uma nova partida para
decidir quem teria direito de disputar a final do campeonato.
O clube usa como base as regras
4 e 5 da International Board, órgão regulador do futebol, que tratam das peças do uniforme e da
obrigatoriedade do árbitro checar
se os jogadores estão vestidos de
acordo. "A regra fala em calção,
camisa, agasalho, meias, caneleiras e calçados. Tudo além disso é
ilegal para a Fifa", disse ontem o
advogado do clube, Mário Mello.
Segundo Mello, a intenção do
Santos de recorrer à Justiça comum vai depender da agilidade e
da decisão de Luís Zveiter, presidente do STJD. O Santos teme que
ele não libere seu despacho hoje,
já que o presidente da entidade
resolveu ouvir o Corinthians antes de proferir decisão.
Segundo o regimento do STJD,
tal medida -escutar o Corinthians- adotada por Zveiter não
é usual. Como se trata de um
mandado, o réu poderia se manifestar -por meio de recurso em
casos de pedidos deferidos- em
até uma semana após notificação,
segundo funcionários do STJD.
"Conversei com o Zveiter e ele
me prometeu que terá uma definição até o final da tarde de amanhã [hoje]. Caso o pedido seja indeferido, vamos para a Justiça comum. Temos só até sexta para
conseguir parar o campeonato.
Mas, mesmo que o jogo aconteça
no domingo, nossa luta vai continuar", disse Mello, para quem o
Santos não sofrerá "retaliação" se
decidir entrar na Justiça comum.
"O Santos é o Santos. Com todo
respeito ao Gama, se eles entraram no campeonato depois de recorrerem à Justiça comum, o Santos não vai ficar de fora. Nossa tradição e história devem ser respeitadas", afirmou o advogado.
Na ação movida pelo Santos, a
ré é a Federação Paulista de Futebol que, segundo Mello, foi
"omissa" em relação ao "doping
eletrônico" do rival.
"Nem pensamos em acionar o
TJD [Tribunal de Justiça Desportiva] de São Paulo. Seria uma perda de tempo. O Farah [Eduardo,
presidente da FPF] já havia anunciado a sua decisão ao elogiar o uso dos pontos eletrônicos na
TV", declarou Mello.
O advogado ainda contou à Folha que anexou o teipe com o depoimento de Farah ao mandado
de garantia. Segundo Mello, também pelo fato de o dirigente ter
elogiado o uso dos equipamentos
é que foi citado como réu. "As
imagens da TV mostraram os jogadores e o técnico do Corinthians assumirem o uso dos pontos. E ele [Farah] não fez nada."
Colaboraram João Carlos Assumpção,
do Painel FC, e Sérgio Rangel, da Sucursal do Rio
Texto Anterior: Botafogo teme evasão de atletas após decisão do Paulista-2001 Próximo Texto: Corinthians vê "atropelo" no procedimento Índice
|