São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 2002

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"Cavalos" darão 1º lugar à Bélgica

CARLOS ALBERTO PARREIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

O PROGRESSO japonês é evidente. Há 20 anos, eles sempre perdiam para as seleções árabes. Hoje, eles reverteram isso e dominam a Ásia. Abrigam a Copa do Mundo com a ambição de estar, no mínimo, entre os 16 primeiros.
Seu técnico, Philippe Troussier, montou um time jovem, bom tecnicamente e com experiência internacional. Jogam um futebol solidário, em velocidade, que usa muito as pontas. O problema está nas linhas de três zagueiros e três volantes, que isolam os atacantes.
A Bélgica vem com a credencial de ter superado os bons tchecos nas eliminatórias. Sem grandes estrelas, é uma equipe sólida de grande disposição física. Tiveram sorte com o grupo, o que permite sonhar com a ida à segunda fase. No meio, tem dois verdadeiros cavalos: Vermant e Simons. Walem é o principal criador das jogadas para o ataque de Wilmots e Verheyen. Chegam à Copa com otimismo após a vitória sobre a França.
Sobre a Tunísia, o que esperar de uma equipe na qual o treinador pede dispensa por não acreditar no potencial do time. Após uma péssima Copa da África, em que não a equipe não fez nenhum gol, o francês Henri Michel saiu dizendo que faltava tudo. O time é limitado tecnicamente, não tem estrutura tática nem sentido de defesa. Nas eliminatórias, tiveram sorte e caíram em um grupo fácil.
Na Rússia, Beshastnykh, herói da classificação com sete gols, Mostovoi e Karpin são as principais peças da equipe. Jogam um futebol de muita marcação, disciplina tática e aceleração. Com a renovação que foi feita na equipe, o futebol de passes curtos deu lugar a um jogo de bolas longas, rápidas e pelas pontas. Apesar de terem tomado só cinco gols nas eliminatórias, a defesa é o setor mais fraco. Não tem sido comprometido pelo goleiro excepcional Nigmatullin. A esperança é chegar às quartas-de-final.
Bélgica ficará em primeiro na chave. Japão e Rússia lutam pela segunda vaga.


Carlos Alberto Parreira, 59, foi o técnico campeão da Copa do Mundo de 1994, nos EUA, e hoje dirige o Corinthians



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