São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2004

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FUTEBOL

Com técnico interino, time faz 4 no Santos, que, por opção de Luxemburgo, poupou titulares para a Libertadores

Palmeiras goleia, e crise muda de lado

PAULO GALDIERI
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O Palmeiras foi ontem à Vila Belmiro e não só estancou sua crise como também deixou o clima bem mais favorável para a chegada de seu novo treinador.
Em seu segundo clássico no Brasileiro, o time do Parque Antarctica, sob o comando do técnico interino Wilson Coimbra, repetiu a goleada que já aplicara no primeiro encontro com uma equipe grande do Estado. Bateu o Santos por 4 a 0, mesmo placar com que superou o Corinthians.
O Palmeiras chegou aos 11 pontos e está na oitava posição. Já o Santos, um dos favoritos ao título, está apenas duas posições acima da zona de rebaixamento: 19º lugar, com seis pontos.
O resultado fez com que o clima ruim vivido no clube nos últimos dias, com a eliminação da Copa do Brasil e a demissão de Jair Picerni, mudasse de lado.
Agora, na próxima quinta-feira, a equipe santista será ainda mais pressionada a vencer o Once Caldas, na Colômbia, continuar na Libertadores da América e justificar a decisão do técnico Vanderlei Luxemburgo de não colocar em campo todos seus titulares.
Mesmo frente a um rival tradicional, o treinador decidiu poupar três de seus principais jogadores: Diego, Renato e Robinho, que iniciaram o jogo na reserva.
O Palmeiras, mesmo diante de um rival desfalcado, começou com uma formação cautelosa, esperando que o Santos pressionasse. Coimbra escalou um meio-campo com quatro volantes, entre eles Adãozinho, que até o início da semana passada não era nem relacionado para as partidas.
De fato, a equipe santista foi para cima, mas deixava muito espaço para o adversário contra-atacar. E dessa forma os palmeirenses conseguiram cavar a expulsão de um dos zagueiros do Santos. Aos 11min, Muñoz recebeu a bola de Vágner e tomou a frente de Pereira. Só restou ao defensor santista segurar o atacante.
Não demorou muito para o time começar a tirar vantagem de ter um jogador a mais em campo. Aos 13min, Magrão lançou Vágner, que driblou o goleiro Júlio Sérgio e tocou para o gol.
Com a desvantagem, o Santos tentava, mas não conseguia mais pressionar o adversário. Além de sofrer com os contra-ataques, o time de Luxemburgo não acertava a pontaria. A equipe acertou apenas sete de suas 24 finalizações (29%). A média de aproveitamento da equipe é de 33,5%.
Sem receber resistência, o Palmeiras continuou se lançando ao ataque. E, aos 32min, acertou outro contra-ataque. O lateral Baiano pegou a bola no campo de defesa e a levou até a área adversária. Quando ia tentar o arremate, foi travado por Paulo Almeida. O juiz Wilson Seneme marcou pênalti, que Muñoz cobrou e converteu.
Com o resultado, a torcida santista passou a pedir a volta dos titulares poupados. Robinho entrou ainda no primeiro tempo.
Na segunda etapa, já com Diego e Renato em campo, o Santos passou a levar mais perigo ao rival.
Mas a pressão não surtiu efeito e, novamente, os contra-ataques palmeirenses, que saíam com facilidade pelo espaço deixado por Pereira, fizeram a diferença.
Até os volantes mais defensivos do Palmeiras se arriscavam no ataque. Foi assim que saiu o terceiro gol. Marcinho avançou e, na entrada da área santista, tocou para Vágner. O atacante bateu seu marcador e chutou cruzado para anotar seu segundo tento.
Aos 33min, já com o Santos baqueado pelo resultado, Elson fechou o placar. O meia, que acabara de entrar, teve a bola ajeitada por Vágner, arriscou um chute forte e acertou o gol: 4 a 0.
O próximo jogo do Palmeiras no Brasileiro será em casa, contra o Coritiba. Já o Santos, depois de ir à Colômbia, pega o Atlético-MG, em Minas Gerais.



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