São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

A única chance do "Special One"

EM MADRI, o domingo amanheceu com um contraste. O diário "Marca" comemorava, em sua capa, a contratação de José Mourinho pelo Real: "El Madrid ficha um Campeón" era a manchete. Na rua, um torcedor previa o que vai acontecer na próxima temporada: "Jogando como fez na final da Copa dos Campeões, Mourinho não sobrevive dois dias no Bernabéu".
Nas últimas seis temporadas, o Real caiu seis vezes, com seis técnicos diferentes, nas oitavas de final da Copa dos Campeões.
A fábrica de moer técnicos costuma justificar demissões de treinadores campeões pela incapacidade de fazerem o time jogar um futebol ofensivo e vistoso. Fabio Capello deixou o time em 1997 e em 2007 com essa justificativa. Nos dois anos, ganhou o Espanhol.
Mourinho não deve ser chamado de retranqueiro, porque, assim como Capello, montou times ofensivos ou defensivos dependendo da característica dos jogadores de que dispunha.
Em 2002, deixou o União de Leiria em quarto lugar no Campeonato Português para dirigir o Porto. Jogava com três atacantes. Dois anos depois, foi campeão da Copa dos Campeões pelo Porto, com Carlos Alberto e Deco na armação e Derlei como único atacante.
Mais um ano e ganharia o Inglês pelo Chelsea, com três homens na frente. Em todos os times, com mais ou menos avantes, seus zagueiros pareciam ter ímãs que atraíam a bola para seus pés. "É o posicionamento", diz o brasileiro Lúcio.
Em 1997, o Barcelona fez 105 gols, mas o Real Madrid foi campeão. Capello deixou o clube. Em 2010, o Real Madrid teve o melhor ataque (102 gols), mas o campeão foi o Barça. O técnico Pellegrini está para ser demitido.
A única chance de José Mourinho é convencer a Espanha de que pode ser campeão e jogar no ataque ao mesmo tempo.

PROTEÇÃO
A Argentina atuará na Copa com quatro zagueiros de área e sem laterais que avancem. Mascherano é o único volante. Objetivo: proteger o talento de Verón, o armador que fará Messi decidir.

PARA A FRENTE
A Espanha terá só um volante de marcação, Xabi Alonso, e dois meias criativos que sabem marcar, Xavi e Iniesta. Lá, o lateral direito Sergio Ramos vai ao ataque.


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