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Palmeirense vai a mais de 20 jogos fora em um ano
DE SÃO PAULO
Para 2010, o empresário
Roberto Bovino, 32, fez um
acordo com a namorada: só
irá a cerca de dez jogos do
Palmeiras fora do Estado de
São Paulo. Aceitou reduzir à
metade o número de partidas
assistidas no ano passado.
Em 2009, foi a todos os
compromissos pela Libertadores longe do Parque Antarctica. E só faltou a "dois ou
três" jogos do Brasileiro.
Providencia tudo nas viagens, como passagens e ingressos -só amigos ajudam.
"Durante a semana, tenho
que perder uma tarde e uma
manhã de trabalho", contou
ele, que reclama da falta de
informações do Palmeiras
até para comprar ingressos.
Nas peregrinações, Bovino
ficou amigo de outros palmeirenses que, como ele, viajam atrás do time.
Contou que, em 90% das
vezes, é possível evitar confusão tomando certos cuidados. "Não dá para ir com as
torcidas organizadas, vamos
de táxi, com a camisa dentro
do calção ou da calça."
Mas nem sempre dá. Em
Pernambuco, contra o Sport
pela Libertadores, teve que
combinar com a polícia para
ir junto da escolta das uniformizadas. Mesmo assim, tomou copos na cabeça e ouviu
xingamentos dos rivais.
No jogo, um dos seus amigos foi preso. A torcida do
Sport chamava os palmeirenses de paraibanos, em grito
de discriminação regional.
O amigo de Bovino deu outro grito no mesmo tom: chamou os torcedores do Sport
de baianos. Foi detido por racismo até depois do jogo.
Na Bahia, Bovino temeu
ser atacado no entorno do
Barradão. "Só estava eu. E
[havia] um monte de torcedores do Vitória me olhando
feio e bebendo. Entrei em um
táxi ocupado para sair de lá."
Hoje, Bovino se questiona
se a prioridade dada ao Palmeiras vale seu esforço. Isso
porque o time está mal.
(RM)
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