São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2010

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Palmeirense vai a mais de 20 jogos fora em um ano

DE SÃO PAULO

Para 2010, o empresário Roberto Bovino, 32, fez um acordo com a namorada: só irá a cerca de dez jogos do Palmeiras fora do Estado de São Paulo. Aceitou reduzir à metade o número de partidas assistidas no ano passado.
Em 2009, foi a todos os compromissos pela Libertadores longe do Parque Antarctica. E só faltou a "dois ou três" jogos do Brasileiro.
Providencia tudo nas viagens, como passagens e ingressos -só amigos ajudam.
"Durante a semana, tenho que perder uma tarde e uma manhã de trabalho", contou ele, que reclama da falta de informações do Palmeiras até para comprar ingressos.
Nas peregrinações, Bovino ficou amigo de outros palmeirenses que, como ele, viajam atrás do time.
Contou que, em 90% das vezes, é possível evitar confusão tomando certos cuidados. "Não dá para ir com as torcidas organizadas, vamos de táxi, com a camisa dentro do calção ou da calça."
Mas nem sempre dá. Em Pernambuco, contra o Sport pela Libertadores, teve que combinar com a polícia para ir junto da escolta das uniformizadas. Mesmo assim, tomou copos na cabeça e ouviu xingamentos dos rivais.
No jogo, um dos seus amigos foi preso. A torcida do Sport chamava os palmeirenses de paraibanos, em grito de discriminação regional.
O amigo de Bovino deu outro grito no mesmo tom: chamou os torcedores do Sport de baianos. Foi detido por racismo até depois do jogo.
Na Bahia, Bovino temeu ser atacado no entorno do Barradão. "Só estava eu. E [havia] um monte de torcedores do Vitória me olhando feio e bebendo. Entrei em um táxi ocupado para sair de lá."
Hoje, Bovino se questiona se a prioridade dada ao Palmeiras vale seu esforço. Isso porque o time está mal. (RM)


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