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GEOGRAFIA
Parte asiática do país cede maioria de atletas à seleção
DO ENVIADO A SEUL
Se a geografia dos livros escolares fosse o parâmetro principal, a Ásia teria, além da Coréia do Sul, mais um representante
nas semifinais da Copa-2002.
A Turquia, adversária do Brasil na busca por um lugar na decisão, na próxima quarta-feira,
em Saitama (Japão), tem um
grupo em que a maioria dos jogadores nasceu na parte asiática
do país, que tem outra porção de
seu território na Europa.
Na margem oriental do estreito de Bósforo, que divide a Turquia e os dois continentes, nasceram 14 dos 23 jogadores da
equipe treinada por Senol Gunes. Isso sem contar os sete naturais de Istambul, cidade que
tem sua parte mais rica na Europa e outra, mais pobre, na Ásia.
Alguns dos turcos que estão
no Mundial nasceram em localidades nas margens do mar Negro, como o meia Ergun Penbe,
natural de Zonguldak.
Outros vieram de regiões próximas de áreas que estão entre as
mais conturbadas de todo o planeta. É o caso, por exemplo, do
zagueiro Bulent Korkmaz, que
nasceu em Malatya, cidade não
muito distante da fronteira turca com a Síria e o Iraque.
Apesar de ter essa possibilidade, a Turquia nunca cogitou deixar de jogar as eliminatórias pela Europa e tentar a classificação
para a fase final de um Mundial
na Ásia, onde, certamente, teria
obtido mais sucesso.
Contra as fortes seleções européias, os turcos só passaram pelo qualificatório duas vezes
-em 1954, no Mundial que foi
realizado na Suíça e no qual o
país foi eliminado logo na primeira fase, e agora. E para este
Mundial, os turcos se classificaram apenas após a repescagem.
Não é só por representar a Europa com jogadores nascidos na
Ásia que a Turquia, cujo governo tem feito de tudo para impor
uma face européia em todo o
território, tem se deparado com
"problemas de identidade".
O time tem também três jogadores que nasceram na Alemanha, incluindo o astro Yildirai Basturk, e outro na Inglaterra. Todos são filhos de imigrantes
que mantiveram a nacionalidade turca.
(PAULO COBOS)
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