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São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2003

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FUTEBOL

Empate com a Turquia elimina seleção na primeira fase de torneio da Fifa, algo que não acontecia desde a Copa-66

Sem estrelas, Brasil dá vexame histórico

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SAINT-ÉTIENNE

Um fiasco histórico e a prova que, sem suas grandes estrelas, especialmente Ronaldo, o Brasil não é hoje nenhum bicho-papão.
Este é o saldo da participação do time nacional na Copa das Confederações-03, encerrada ontem com um empate de 2 a 2, em Saint-Étienne, contra a Turquia.
Foi a primeira vez desde 1966, quando caiu logo no início da Copa da Inglaterra, que a seleção foi eliminada em uma primeira fase de um torneio mundial organizado pela Fifa. Foi também mais um fracasso de um grupo que não contava com Ronaldo -o país só foi campeão nos últimos dez anos quando teve o atacante do Real Madrid no elenco.
Foi ainda uma exibição de um time que sofre para marcar gols -foram apenas oito em sete partidas na temporada 2003.
"O Brasil é a mesma coisa com Ronaldo ou não. Só precisa treinar e trabalhar. Não dá para cobrar um resultado agora", disse, tenso, o técnico Carlos Alberto Parreira, que, como havia prometido, começou o confronto de ontem com o time modificado.
Os laterais Belletti e Kléber foram sacados, dando lugar a, respectivamente, Maurinho e Gilberto. Precisando vencer para seguir na competição, o treinador também optou por trocar um meia, Alex, por um atacante, Ilan.
E foi justamente com o jogador do Atlético-PR que a seleção teve sua primeira chance. Aos 7min, Kléberson cruzou na medida, Ilan acertou forte cabeçada e a bola foi no travessão de Recber.
Mesmo enfrentando um adversário retrancado, a Turquia deixava apenas um jogador fixo no ataque, o Brasil continuou a encontrar espaço. Aos 16min, depois de falha de Recber, Adriano quase marcou. Na segunda chance que teve, aos 23min, o goleador do Parma não perdeu a oportunidade, tocando, de cobertura, na saída do goleiro do time turco.
Em desvantagem, o técnico do time europeu resolveu agir ainda na primeira etapa, tirando o meia Arslan e colocando o atacante Yilmaz. Se no resto da primeira metade isso nada adiantou, a partir do segundo tempo sim.
Com Basturk mais ativo, a Turquia partiu para cima do Brasil e o empate não demorou para sair, em um lance muito parecido com o gol brasileiro -Karadeniz tocou, aos 8min, por cima de Dida.
Parreira novamente mudou tudo, colocando Gil, Alex e Kléber, mas a situação ficou ainda pior. Aos 35min, com o Brasil todo à frente, Basturk puxou um contra-ataque e tocou para Yilmaz fazer o gol que vingou a Turquia das duas derrotas na última Copa do Mundo e mandou o time de Parreira, que ainda conseguiu o empate, já nos acréscimos, com um chute rasteiro da entrada da área de Alex, de volta para casa.
"Só lamento termos deixado a competição na melhor partida que fizemos neste ano", afirmou Parreira. Abalados, os jogadores não escondiam a decepção. "O torcedor brasileiro está triste, pois quer sempre vencer. Mas nós também estamos, porque também somos torcedores", disse o meia-atacante Ronaldinho.
Classificada, a Turquia vai disputar uma das semifinais da Copa das Confederações contra a França, anfitriã do torneio.
A outra vaga para a decisão será disputada entre Camarões e Colômbia. As duas partidas acontecem na próxima quinta-feira.


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