|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Até presidente francês ataca Bleus
Fiasco da equipe de Raymond Domenech vira questão de Estado, que teme "discussão racial'
DE SÃO PAULO
O fiasco da equipe de Raymond Domenech na África
do Sul virou questão de Estado. De pronunciamentos do
presidente, Nicolas Sarkozy,
a discussões sobre falta de
patriotismo, imigração e até
racismo. O debate deve continuar hoje, quando os Bleus
desembarcam em Paris.
O time foi eliminado na
primeira fase sem vencer nenhum jogo -repetindo o
ocorrido na Euro-08 e na Copa-2002-, Anelka foi excluído da delegação após xingar
Domenech, e os jogadores
chegaram a boicotar um treino após a saída do atacante.
Sarkozy se reuniu com o
primeiro-ministro da França,
François Fillon, a ministra do
Esporte, Roselyne Bachelot,
e a secretária de Estado para
o Esporte, Rama Yade.
Para o presidente, "o fracasso é a ocasião de responder a questões estruturais
que perduram há algum tempo" no elenco. Ele prometeu
para os próximos meses um
projeto de renovação no futebol francês. "A partir dessas
conclusões, o governo iniciará uma reflexão mais geral
sobre a administração das federações esportivas", disse
Sarkozy, em nota oficial.
O presidente ainda pediu
aos ministros que assegurassem que os responsáveis pelo
"desastre" fossem identificados, em claro sinal de que o
governo busca demissões.
Pediu ainda que nenhum
membro da delegação receba
qualquer gratificação, algo
de que os jogadores já haviam decidido abdicar.
Desde antes da Copa, já
era sabido que o técnico Domenech não continuaria no
cargo. O ex-jogador Laurent
Blanc, capitão da seleção
campeão mundial em 1998,
assumirá o comando.
IMIGRANTES
A imprensa francesa especula que, por trás da péssima
campanha, existam fatores
como racismo e acusações de
falta de patriotismo.
A secretária de Estado para questões raciais, Fadela
Amara, teria dito a Sarkozy
que a crise na seleção havia
se tornado, uma "questão racial" por conta da quantidade de jogadores de origem estrangeira na equipe.
"Há uma tendência a
transformar o que aconteceu
em uma questão étnica",
afirmou ela ao presidente,
ainda de acordo com a mídia
francesa. "As pessoas têm
dúvidas sobre a capacidade
dos descendentes de imigrantes de representar a nação", teria dito a secretária.
O atacante Florent Malouda foi um dos primeiros a se
desculpar após o fracasso.
"Nós honestamente não
imaginávamos que essa eliminação afetaria tanto as
pessoas. Nós realmente sentimos muito pelos franceses", declarou o jogador.
O atacante Thierry Henry,
um dos mais badalados do time, pediu reunião com Sarkozy "assim que possível".
Com agências de notícias
Texto Anterior: Japão e Dinamarca opõem seus clichês Próximo Texto: Frase Índice
|