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Atletismo
Fabiana Murer voa, sobra e faz história
Com marca de 4,60 m, atleta assegura
1º título do Brasil no salto com vara
Prova rende ao país seu primeiro ouro no atletismo no Rio, em dia dos bronzes de Lucélia Peres, Marílson dos Santos e Elisângela Adriano
ADALBERTO LEISTER FILHO
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
Fabiana Murer, 26, conquistou ontem, no estádio João Havelange, a primeira medalha de
ouro do atletismo nacional no
Pan do Rio. A brasileira confirmou favoritismo e "sobrou" na
prova, com um salto de 4,60 m.
É o primeiro título pan-americano do Brasil no salto com
vara. Anteriormente, o melhor
resultado do país na prova havia sido dois bronzes masculinos no Pan de 1951 e 1983.
"Sabia que poderia ganhar o
Pan com 4,60 m. Mas fiquei
nervosa no início, por causa da
torcida", disse a recordista sul-americana da prova (4,66 m).
Fabiana saltou à frente das
adversárias ao conseguir 4,50
m em sua segunda tentativa.
A norte-americana April
Steiner, que havia falhado nas
duas vezes em que tentara igualar a marca, arriscou 4,55 m.
"Fiquei atenta ao salto dela.
Se ela acertasse, sabia que teria
que superá-la de novo. Mas não
precisei", comentou a campeã,
que embarca para a Europa
dentro de dez dias. Em agosto,
disputa o Mundial de Osaka.
"É a minha primeira prova
depois do Troféu Brasil. É como o início de uma temporada,
que será fechada no Mundial",
disse Fabiana, que ontem cravou sua melhor marca no ano.
Já campeã, a saltadora buscou bater seu recorde pessoal.
"Tentei fazer 4,68 m para
agradecer ao apoio da torcida,
mas errei nas passadas."
Além de Fabiana, o Brasil foi
ao pódio mais três vezes ontem
com o atletismo. Nos 10.000 m
para mulheres, Lucélia Peres
ficou com o bronze. "Minha
chegada foi boa, mas tenho que
evoluir para correr abaixo dos
33min", afirmou a campeã da
última São Silvestre.
Marílson dos Santos, que
abriu mão da maratona para
competir nas provas de pista,
não conseguiu evoluir nos
5.000 m em relação ao que fez
há quatro anos no Pan de Santo
Domingo (prata). Ele ficou com
a medalha de bronze.
No lançamento de disco, Elisângela Adriano, 34, também
ficou em terceiro. Cuba levou o
ouro e a prata, assim como havia acontecido no arremesso de
martelo. "Sou como vinho.
Quanto mais velha melhor.
Quem sabe não consigo competir no próximo Pan", afirmou
Elisângela, dona de mais duas
medalhas em Pans.
Nas provas eliminatórias, o
Brasil teve muitos atletas eliminados. Foi o caso de Juliana
Gomes dos Santos nos 800 m,
de Rafael Ribeiro e Luciana
Alves dos Santos nos 100 m e
Sanderlei Parrela e Rodrigo
Bargas nos 400 m.
Hoje, o atletismo do Pan decide seis medalhas de ouro.
Destaque para a final dos 100
m, que terá o brasileiro Vicente
Lenílson na pista. Nos 800 m,
Josiane Tito se classificou para
a final com o melhor tempo das
eliminatórias (2min01s28).
"Desisti de disputar os 400 m
para me concentrar para essa
prova. E consegui minha melhor marca nela", festejou.
A modalidade, aliás, estreou
no Engenhão com um público
reduzido, que ainda tomou ríspidas broncas do locutor oficial
quando vaiou argentinos e
americanos. Foi pedido aos fãs
"respeito" com os atletas.
"A norte-americana achou
até graça das vaias. Eu não acho
legal, mas é o jeito de eles torcerem", declarou Fabiana Murer,
que acredita que os gritos prejudicaram suas adversárias.
No final, sob chuva fina e com
todos os refletores ligados, o
público vaiou muito quando foi
anunciado que a entrega da medalha de ouro para Fabiana
Murer aconteceria só hoje.
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