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Esqui aquático
Após lobby para incluir wakeboard, Brasil ganha ouro
Modalidade é disputada pela 1ª vez em Pans por causa da
chance de pódio dos anfitriões, concretizada por Marreco
Prova tem de recorrer a
"atleta-tampão", que não
faz nenhuma manobra, para
contar com quórum mínimo
e vê árbitro argentino faltar
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A manobra da Confederação
Brasileira de Esqui Aquático
rendeu ouro. Incluído como
uma das modalidades no Pan
em razão das boas chances de
medalha, o wakeboard deu ontem mais uma vitória ao país.
O wakeboarder Marcelo
Giardi, 24, o Marreco, venceu a
disputa na lagoa Rodrigo de
Freitas. Pela primeira vez, a
modalidade é disputada em
Pans. A inclusão foi feita para
tentar divulgar o esporte e receber mais apoio.
"Não temos a mesma estrutura que os americanos e os canadenses, mas temos bons atletas e condição de crescer", disse
Giardi, pentacampeão brasileiro e campeão sul-americano.
Para a realização da competição, os organizadores recorreram a um "atleta-tampão" para
atingir o mínimo de sete competidores exigido pela Odepa
(Organização Desportiva Pan-Americana) para a modalidade.
O colombiano Estaban Siegert,
27, que disputa também o salto,
participou da eliminatória sem
executar nenhuma manobra.
Ainda houve problemas na
arbitragem: o argentino Gonzalo Renosto não compareceu.
Um brasileiro o substituiu e integrou o trio avaliador.
No wakeboard, o atleta recebe pontos por manobras executadas. Os juízes levam em conta
a dificuldade, a altura e o estilo.
O atleta é puxado por uma lancha e usa a onda provocada pela
embarcação como "rampa".
"Senti um pouco de pressão
quando o Fernando [Neves, do
slalom] perdeu. Ele tinha muitas chances de medalha. E, depois, eu era a única possibilidade de pódio", disse Giardi, que
recebeu o apelido devido ao início pouco promissor na modalidade. "Quando comecei a esquiar, eu caía toda hora. Aí me
chamavam de marreco."
O brasileiro foi o último a entrar na água, pois foi o primeiro
nas eliminatórias. Ontem, Marreco teve nota 86,46 (máximo
de 100). O canadense Brad Buskas, 27, ficou com a prata (81) e
o argentino Edgard Marin, 32,
ficou em terceiro (76,98).
Apesar da boa pontuação,
Giardi não saiu da água confiante. Ele teve uma queda e temeu perder o ouro. "Não fiz
tantas manobras técnicas, mas
saltei bem alto. Acho que foi isso que me deu a vitória."
Marreco treinou só um mês e
meio antes da atuar. Com os ligamentos do joelho esquerdo
torcidos, operou em dezembro,
levou cinco meses para se recuperar e atuou com proteção.
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