São Paulo, terça-feira, 24 de julho de 2007

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Esqui aquático

Após lobby para incluir wakeboard, Brasil ganha ouro

Modalidade é disputada pela 1ª vez em Pans por causa da chance de pódio dos anfitriões, concretizada por Marreco

Prova tem de recorrer a "atleta-tampão", que não faz nenhuma manobra, para contar com quórum mínimo e vê árbitro argentino faltar


ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

A manobra da Confederação Brasileira de Esqui Aquático rendeu ouro. Incluído como uma das modalidades no Pan em razão das boas chances de medalha, o wakeboard deu ontem mais uma vitória ao país.
O wakeboarder Marcelo Giardi, 24, o Marreco, venceu a disputa na lagoa Rodrigo de Freitas. Pela primeira vez, a modalidade é disputada em Pans. A inclusão foi feita para tentar divulgar o esporte e receber mais apoio.
"Não temos a mesma estrutura que os americanos e os canadenses, mas temos bons atletas e condição de crescer", disse Giardi, pentacampeão brasileiro e campeão sul-americano.
Para a realização da competição, os organizadores recorreram a um "atleta-tampão" para atingir o mínimo de sete competidores exigido pela Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana) para a modalidade. O colombiano Estaban Siegert, 27, que disputa também o salto, participou da eliminatória sem executar nenhuma manobra.
Ainda houve problemas na arbitragem: o argentino Gonzalo Renosto não compareceu. Um brasileiro o substituiu e integrou o trio avaliador.
No wakeboard, o atleta recebe pontos por manobras executadas. Os juízes levam em conta a dificuldade, a altura e o estilo. O atleta é puxado por uma lancha e usa a onda provocada pela embarcação como "rampa".
"Senti um pouco de pressão quando o Fernando [Neves, do slalom] perdeu. Ele tinha muitas chances de medalha. E, depois, eu era a única possibilidade de pódio", disse Giardi, que recebeu o apelido devido ao início pouco promissor na modalidade. "Quando comecei a esquiar, eu caía toda hora. Aí me chamavam de marreco."
O brasileiro foi o último a entrar na água, pois foi o primeiro nas eliminatórias. Ontem, Marreco teve nota 86,46 (máximo de 100). O canadense Brad Buskas, 27, ficou com a prata (81) e o argentino Edgard Marin, 32, ficou em terceiro (76,98).
Apesar da boa pontuação, Giardi não saiu da água confiante. Ele teve uma queda e temeu perder o ouro. "Não fiz tantas manobras técnicas, mas saltei bem alto. Acho que foi isso que me deu a vitória."
Marreco treinou só um mês e meio antes da atuar. Com os ligamentos do joelho esquerdo torcidos, operou em dezembro, levou cinco meses para se recuperar e atuou com proteção.


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