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Organização
Fornecedor põe culpa no Co-Rio por falhas
Bob's responsabiliza organização por problemas em seus serviços nas arenas
Público do Pan critica rede de lanchonetes, que registra falhas no fornecimento
de alimentos, venda de bebidas sem gelo e filas
DO ENVIADO AO RIO
A rede de lanchonete Bob's,
dona de exclusividade nas arenas do Pan, responsabilizou o
Co-Rio (comitê organizador
dos Jogos) por falhas ocorridas
durante os Jogos. O setor de alimentação é um dos que geram
maiores reclamações até aqui.
Houve falhas no fornecimento de alimentos, venda de bebidas sem gelo, além de filas
imensas nos eventos mais concorridos. Segundo pesquisa do
Instituto Virtual de Esporte, a
alimentação e a venda de ingressos são os setores mais criticados pelo público do Pan.
Para a rede de fast food, os
problemas ocorreram devido à
falta de estrutura oferecida pelos organizadores dos Jogos.
"As falhas que aconteceram
não foram nossas. Houve atraso geral no credenciamento do
nosso pessoal que iria trabalhar
no Pan", diz Flavio Maia, diretor de marketing da rede Bob's.
Segundo a empresa, cerca de
40% dos funcionários que
atuam no Pan não foram credenciados a tempo, prejudicando o atendimento ao público.
De acordo com a empresa, a
falta de produtos se deveu a outro problema relacionado aos
organizadores. Cerca de 60%
dos caminhões de abastecimento nem conseguiram entrar nas arenas nos dias iniciais.
O problema só foi solucionado no final da semana passada,
quando houve verdadeira correria de funcionários da empresa para se credenciarem.
"Isso fez com que não tivéssemos atendimento da maneira que queríamos", disse Maia.
Além disso, a rede de lanchonetes divulgou que o Co-Rio
não lhe forneceu 21 contêineres de refrigeração, conforme
estaria estipulado no contrato
entre empresa e organizadores.
"Tivemos que alugar equipamentos às pressas para poder
funcionar os pontos de venda.
Essa despesa a mais será conversada depois com os organizadores", comentou ele.
Para o Bob's, outro problema
dos organizadores foi no fornecimento de energia elétrica.
Em algumas arenas, a carga disponível era inferior a necessária. Em outros, a energia era
desligada após o fim dos jogos,
prejudicando o atendimento.
"O problema afetava não só o
público que vinha comprar alimentos depois das provas, como para o armazenamento de
nossos estoques", comentou.
Esses problemas não passaram despercebidos pelo público. "Os torcedores reclamam
da pouca variedade, dos preços
e das filas para comprar", afirmou Martin Curi, do Instituto
Virtual do Esporte, em entrevista à agência Reuters.
A direção do Bob's afirmou
que os preços mais altos praticados no Pan foram decorrentes dos custos da operação.
"Gastamos R$ 2,5 milhões
em equipamentos e instalações, contratamos 3.000 funcionários temporários e os treinamos. É uma estrutura que será desmontada após 17 dias. Os
preços são maiores porque os
custos também aumentam."
Procurado pela Folha, o Co-Rio disse que "ao longo da semana passada, prestou o apoio
necessário para que a operação
de venda dos alimentos e bebidas do concessionário Bob's alcançasse o mesmo padrão em
todos os locais de competição".0
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
Com agências internacionais
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