São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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Brasil bate Rússia sob vigilância de espiões italianos

Fora das finais da Liga, Itália tem permissão da federação de vôlei para filmar a vitória brasileira no Maracanãzinho

Bernardinho fica irritado e afirma que time europeu, batido pelos brasileiros na decisão da Olimpíada-2004, esconde o jogo para Pequim


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Diante dos olhares de espiões italianos, a seleção brasileira venceu ontem a Rússia, por 3 a 0 (25/23, 25/18, 25/15), no Maracanãzinho, na abertura da fase final da Liga Mundial.
Com um bom saque e contando com a ajuda dos russos, que erraram muito, o time de Bernardinho não teve dificuldades para vencer os principais adversários do grupo. Amanhã, a seleção enfrentará o Japão, a mais fraca equipe do torneio. Os japoneses só estão disputando a final da Liga por receberem convite da FIVB (Federação Internacional de Vôlei).
Mesmo sem competir nesta fase, os italianos filmaram e fizeram estatísticas do confronto de ontem autorizados pela FIVB, em decisão tomada na véspera. Ao lado de Brasil, Rússia e Sérvia, a Itália é uma das candidatas à medalha de ouro nos Jogos de Pequim.
Na noite de anteontem, os italianos encaminharam um pedido formal aos dirigentes da federação internacional para trabalhar no jogo, o que o regulamento da competição impede. De acordo com as regras, apenas as seleções que disputam a fase final do torneio no Rio podem filmar e fazer estatísticas próprias no Rio.
"Mais uma vez eu critico a federação internacional. O regulamento da competição diz que não se pode fazer nada disso, mas ontem [anteontem] nos vieram perguntar se as outras seleções poderiam filmar e fazer estatísticas na fase final da Liga. Não fui contra porque depois vão dizer que estou travando os caras, mas acho que, se eles optaram por ficar escondidos, tinham que ficar treinando lá", comentou Bernardinho.
Antes, ele havia criticado a FIVB por ter convidado o Japão para o torneio no Rio -veio com a delegação incompleta. Apenas nove atletas japoneses desembarcaram no Brasil. A FIVB já anunciou que punirá o Japão. Fora da fase final por causa da campanha irregular na competição, a equipe italiana poderia ser convidada da federação, no lugar do Japão.
Segundo Fabrizio Rossini, assessor da FIVB, a permissão para os italianos entrarem no Maracanãzinho foi discutida com as seleções numa reunião na terça e aprovada por todas. A Venezuela, dirigida pelo brasileiro Ricardo Navajas, também fez o mesmo tipo de trabalho.


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