São Paulo, sexta-feira, 24 de julho de 2009

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Nelsinho recorre ao pai para ter sobrevida

Tricampeão da F-1 fica com "pepino" de persuadir Briatore, o chefe da Renault

Sob pressão, brasileiro terá na 10ª etapa do Mundial, na Hungria, o mesmo carro que seu companheiro de equipe, Alonso, pela 1ª vez em 2009

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BUDAPESTE

"Queria eu saber o que vai ser do meu futuro." Foi com essas palavras que Nelsinho Piquet começou ontem sua entrevista em Hungaroring, a primeira desde que as especulações sobre sua permanência na F-1 acabaram. Mesmo que por apenas um final de semana.
Com lugar garantido na Renault para a corrida de domingo, décima etapa do Mundial, ele usa um artifício que, ao menos no ano passado, deu certo.
Pediu ajuda a seu pai, Nelson, para tratar com Flavio Briatore, chefe do time. Presente em duas corridas em 2008, ano de estreia do filho na F-1, nesta temporada o ex-piloto virou uma figura fácil nos paddocks.
"Basicamente, eu estou aqui pra andar, e meu pai, pra resolver os pepinos", falou Nelsinho, enquanto desligava uma chamada do pai em seu celular.
"O Flavio tem uma vontade, meu pai acha outra coisa, agora eles estão tendo muitas conversas porque tem um conflito de contrato", disse o piloto, que ainda não pontuou neste ano. "Pedi pra ele [Nelson] me deixar fora disso e resolver. O que der deu, se não der não deu."
Recorrer ao pai não é novidade para Nelsinho. Além da ajuda em 2008 para renegociar o contrato para este ano, o tricampeão de F-1 sempre montou equipes nas categorias de base para que o filho corresse. Foi assim na F-3 sul-americana, na F-3 inglesa e na GP2.
"Sei que ele vai fazer tudo o que puder", completou o piloto, que admite já estar conversando com outras equipes.
O principal motivo de reclamação de Nelsinho, e pelo qual achou a "brecha" para se manter na Renault, é o fato de nunca contar com o mesmo carro que seu companheiro, Fernando Alonso, na temporada.
O carro do bicampeão é sempre o primeiro a receber as inovações. Apesar da cláusula de desempenho em seu contrato, que o compara com o de Alonso, o fato de os dois não terem o mesmo equipamento fez com que a equipe não tivesse como medir as performances dos dois de maneira isenta.
O pedido não só surtiu efeito como virou mais um motivo de pressão para Nelsinho, que, já a partir dos treinos livres para o GP da Hungria, hoje, terá um carro idêntico ao do espanhol.
Mas isso não parece intimidar o piloto, cujo melhor resultado na F-1 foi o segundo lugar no GP da Alemanha do ano passado. Para ele, a falta de resultados em 2009 se deve ao carro inferior ao de Alonso e à falta de sorte em algumas provas.
"Teria marcado pontos facilmente em Barcelona e Mônaco", afirmou ele, que não cogita a hipótese de ficar fora da F-1. "Meu sonho é estar aqui, ser campeão mundial. Dediquei a vida inteira para estar aqui."


NA TV - Treinos do GP da Hungria
Sportv, ao vivo, às 9h




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