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AÇÃO
Primitiva e revolucionada
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Sensores nas linhas das quadras e nas bolinhas de tênis
prometem eliminar os erros de
julgamento.
Imagens projetadas nos monitores gigantes da NBA, a liga norte-americana de basquete profissional, já ajudam os juízes há algum tempo.
Cada vez mais a tecnologia vai
ganhando espaço no mundo dos
esportes.
Se, para a obtenção de resultados mais justos, a utilização de
aparatos tecnológicos é condenada pelos puristas de certas modalidades esportivas, o que diriam
eles sobre o uso de tais recursos
com o fim de melhorar o desempenho dos atletas?
O assunto é polêmico, e a adoção dos aparatos tecnológicos
tende a crescer também nos esportes que acompanhamos, muitos deles recém-criados e em permanente aperfeiçoamento de regras, conceitos e equipamentos.
Recentemente, no Mundial de
surfe, foi introduzido o uso do jet-ski para rebocar os atletas para o
out-side em mares cujas condições exijam longas remadas, o
que prejudicaria o desempenho
dos surfistas.
A princípio, o uso do motor foi
aprovado e está em teste.
Também no surfe, a mais nova
inovação vem da categoria feminina. Em recente prova do WCT,
disputada na África do Sul, a australiana número um do mundo,
Layne Beachley, usou um walkie-talkie colado nas costas, por meio
do qual se comunicava com seu
namorado, o surfista Ken Bradshaw, na areia.
O uso do aparato visava obter
informações sobre as séries e também sobre a pontuação, que, apesar de anunciada pelos alto-falantes, nem sempre é audível na
água.
Segundo a campeã, que tem
praia no nome, o aparato, na
real, só atrapalhou. Mas a confusão já estava armada.
Acusada de antiprofissional,
antiesportiva e exibida, Layne se
limitou a rir e a dizer que não estava fazendo nada errado, o que
foi ratificado pelo gerente do tour,
Al Hunt, que disse não existir regra que proíba o surfista de receber instruções da areia.
Com o objetivo mais nobre, segurança, o uso do oxigênio nas escaladas de altas montanhas também é controverso. Para muitos,
""uma sacanagem".
Mas estudos desenvolvidos no
Everest e no K2 pela Universidade
de Washington apontam para o
perigo da ascensão natural: a taxa de mortalidade durante a descida é de 8,3% para os que não
usam oxigênio e de menos de 3%
para quem usa.
O estudo é ainda mais conclusivo se focado no K2.
Todos que usaram oxigênio no
segundo pico mais alto do mundo
sobreviveram, enquanto 22 dos
177 que não usaram, morreram.
O recurso não só reduz o desgaste físico mas, principalmente, o
mental, e, por isso, os alpinistas
têm mais chance de concluir a
jornada.
É fato que o uso de recursos tecnológicos tira um pouco da essência do esporte.
Mas também é inegável que
permite e estimula a busca de limites maiores.
É possível que em breve muitos
esportes possam ser divididos em
duas categorias: primitiva e revolucionada.
Surfe
O brasileiro Armando Daltro, líder do WQS, comemorou sua primeira final no
WCT e ficou em segundo lugar no T&C Lacanau Pro
(França), no último domingo. O campeão foi o norte-americano Rob Machado.
Ontem, começou a oitava
etapa do circuito, o Hossegor
Rip Curl Pro, na França.
X-Games
As finais da competição agitaram o final de semana na
Califórnia (EUA). A paulista
Fabíola Silva ganhou medalha de ouro em patins in-line
street. Rodil de Araújo, o Ferrugem, foi prata na categoria
street. O paulista Bob Burquinst venceu o Skateboarding Best Trick Contest e deixou o público impressionado
com suas manobras. No skate double vertical, a dupla
Cristiano Matheus e Sandro
Dias faturou o bronze.
E-mail
carlosarli@revistatrip.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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