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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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F-1

Cada vez mais acossado no Mundial, pentacampeão larga só em oitavo no GP da Hungria, sua pior posição em cinco anos

Schumacher decepciona e desaba no grid

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE

Michael Schumacher parece cada vez mais longe do "1" que o consagrou. Do "1" que sempre foi sua obsessão, que carrega em sua Ferrari há três temporadas.
Ontem, em Budapeste, o piloto alemão foi apenas o oitavo colocado no grid para o GP da Hungria, 13ª etapa do Mundial de F-1.
É sua pior posição de largada desde o GP da Alemanha de 1998. É seu quarto pior grid em 123 corridas pela escuderia italiana.
Schumacher ampliou, ainda, seu jejum de primeiros lugares. Sua última pole foi no GP da Áustria, em maio. Hoje, dificilmente encerrará a série sem vitórias -a última foi no Canadá, em junho.
E não é só isso. Pela terceira corrida seguida, o alemão larga atrás do companheiro de equipe -Rubens Barrichello sai em quinto lugar-, fato inédito em suas 13 temporadas na F-1.
Massacrado pelas estatísticas, restaram ontem ao pentacampeão declarações evasivas e um sorriso amarelo. "Obviamente estou um pouco desapontado. Agora temos que tentar entender o porquê desse tempo tão ruim e pensar na estratégia da prova."
Foi o mesmo sentimento de Jean Todt, diretor esportivo da escuderia. "Foi um treino decepcionante. Depois dos treinos da manhã, achei que poderíamos conseguir alguma coisa melhor. Só posso dizer que vamos tentar o máximo amanhã [hoje]", disse.
Questionado sobre a possibilidade de ter que dar passagem para o companheiro, Barrichello não quis tocar no assunto. "Estou preocupado com a minha prova, só", afirmou o brasileiro.
Na pole position, pela segunda vez na carreira, larga Fernando Alonso, da Renault. Ralf Schumacher sai ao seu lado. A largada para o GP da Hungria acontece às 9h, com transmissão pela TV.
"A primeira curva vai ser muito difícil. É rápida e bastante apertada. Espero chegar lá antes que todo mundo. A Michelin está mais forte aqui final de semana e espero que continue assim até o fim do ano", declarou Alonso, referindo-se à vantagem dos pneus franceses sobre os Bridgestone, que equipam a Ferrari.
Entre os principais adversários do pentacampeão na luta pelo título, quem se deu melhor foi Juan Pablo Montoya: sai em quarto.
Kimi Raikkonen larga em sétimo, mas com a vantagem de estar do lado limpo da pista -em Hungaroring, o lado par, à direita, é sempre tomado por detritos, o que pode atrapalhar a largada.
Caso a corrida termine da maneira que começar, Schumacher verá sua vantagem para Montoya no Mundial cair de seis para dois pontos. Faltarão, ainda, três etapas para o fim da temporada: Itália, EUA e Japão. Nas duas primeiras, teoricamente, o favoritismo é da Williams do colombiano.
Desde o GP de Mônaco, prova que marcou a virada da Williams no Mundial, Montoya conquistou 50 pontos em 60 possíveis.
Schumacher e seu irmão, Ralf, fizeram o mesmo, apenas 33.
A situação em Hungaroring surpreende, principalmente por se tratar de um circuito sempre favorável à Ferrari. Foi na Hungria, por exemplo, que o alemão conquistou o tetra, em 2001. No ano passado, a Ferrari fez pole, venceu e cravou a melhor volta.
O jogo virou tanto que até Montoya admitiu ontem ter mudado o estilo. "Poderia ter ido melhor, mas decidi não arriscar. Estou lutando pelo campeonato e será importante sair na frente do Michael", disse, certo de que já não está mais sonhando alto.


NA TV - GP da Hungria, Globo, ao vivo, às 9h


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