São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TAEKWONDO

Natália "se fabrica" e leva o inédito bronze olímpico

Quarta em Atenas, ex-campeã mundial planejou equipe para treinar

Estafe em Londrina, criado após queda no Pan-2007, conta com nutricionista, psicólogo, massoterapeuta e fisioterapeuta exclusivos

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

O bronze de Natália Falavigna, 24, no taekwondo, na categoria acima de 67 kg, foi construído pela própria atleta.
Seu planejamento incluiu a montagem da infra-estrutura que julgava necessária para chegar a Pequim com chances de conquistar a primeira medalha olímpica da história do taekwondo brasileiro.
Natália foi quarta colocada em Atenas-2004. Na capital chinesa, a meta era subir ao pódio. Ontem, a campeã da categoria foi a mexicana Maria del Rosario Espinoza, a mesma que no Pan do Rio bateu Natália pela disputa do ouro.
"Após o Pan, fiz tudo para voltar a ser uma vencedora. Contratei a Lilian [Barazetti, preparadora física], que tem feito um trabalho maravilhoso. Voltei a lutar melhor e estou mais forte e ágil", disse Natália.
A equipe que ela montou em sua cidade, Londrina (PR), conta também com nutricionista, fisioterapeuta, massoterapeuta e um psicólogo do esporte.
""[O psicólogo] trabalha a biomecânica. Ele provocou mudanças, detalhes de ansiedade, de mecanismo dos movimentos. Coisas psicológicas que antes ocorriam nos combates e que se repetiam", elogia.
""Inovei com planejamento. Isso está aberto para quem quiser saber. Acho que minha equipe também está aberta, se quiserem saber o que temos de diferente. Isso não é apenas para o pessoal do taekwondo mas de outros esportes também."
Apesar de ter assumido os méritos por ter montado uma equipe completa, Natália é política ao se referir à Confederação Brasileira de Taekwondo. ""A confederação tem feito um bom trabalho. Não adianta ficar criticando. Acho que há peças frouxas, outras precisam ser substituídas. Aí a engrenagem anda", disse a medalhista.
Na disputa pelo bronze, Natália derrotou por 5 pontos a 2 a sueca Karolina Kedzierska, que enfrentou a brasileira com os dedos dos pés fraturados.
""Acho que quebrei meu pé antes [da luta com Natália], não sei direito quando aconteceu", declarou Karolina. ""Isso deixou a luta muito mais difícil, e eu quase destruí meu pé", lamentou a quarta colocada.
A brasileira havia vencido seus dois primeiros combates.
Primeiro, superou a grega Kyriaki Kouvari, por pontos, por 3 a 1. Na seqüência, derrotou a australiana Carmen Marton, por 5 pontos a 2.
Nas semifinais, Natália foi superada pela norueguesa Nina Solheim, em combate no qual houve empate em quatro rounds. A decisão dos jurados apontou Nina como a vencedora. ""A perna realmente não encaixava", justificou Natália, campeã mundial em 2005.
""Agora vou ter mais quatro anos para me planejar, e espero que haja um pouco mais de apoio para sair mais de meu país, levar minha equipe comigo para lutar pelo ouro em Londres [próxima sede olímpica]."


Texto Anterior: Cubano agride juiz com chute no rosto
Próximo Texto: Quadro de medalhas: Mulheres obtêm ascensão histórica, e homens caem
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.