São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

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QUADRO DE MEDALHAS

Mulheres obtêm ascensão histórica, e homens caem

Com seis medalhas no total, brasileiras fazem sua melhor Olimpíada e festejam dois ouros inéditos

No feminino, Brasil registra uma subida no ranking de premiações em relação a Atenas, quando conquistou cinco títulos masculinos

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

De forma geral, o Brasil pode até perder em Pequim-08 posições no quadro de medalhas em relação a Atenas-04. Mas isso não será culpa das mulheres.
A delegação feminina realiza, disparado, na China a sua melhor participação na história olímpica. Já são seis medalhas, sendo duas de ouro, uma de prata e três de bronze.
Nunca antes com suas mulheres o Brasil havia conquistado mais de quatro medalhas numa mesma Olimpíada.
Desempenho que faz o Brasil feminino subir de forma arrasadora. Na Grécia, só com duas medalhas de prata, o país foi o 38º colocado nos eventos femininos, atrás de nações modestas no esporte, como Camarões, Tailândia e Bahamas.
Agora, sobe, por enquanto, 23 posições e está no 15º posto, à frente de nações com tradição entre as mulheres, como França, Canadá, Polônia e Cuba.
Caminho inverso fazem os homens. Em 2004, o Brasil foi o 13º melhor computando apenas as provas masculinas, com quatro ouros e três bronzes. Agora, mesmo que tenha ganho hoje o ouro na decisão do vôlei (que seria disputada à 1h), ficaria apenas na 19ª posição, com dois ouros, duas pratas e cinco bronzes. Caso o time de Bernardinho não tenha vencido os americanos, o Brasil seria, sem contar os pódios de hoje, só o 26º nos eventos masculinos.
Nesse cálculo não entram provas mistas, que aceitam homens e mulheres, como os saltos do hipismo, em que Rodrigo Pessoa, com Baloubet du Rouet, ganhou ouro em Atenas.
Antes de Pequim, o Brasil só tinha dez medalhas femininas, sendo que apenas uma era de ouro, no vôlei de praia, em Atlanta-1996, com a dupla Jacqueline Silva e Sandra Pires.
Antes do último dia de provas, as brasileiras acumulam façanhas históricas.
Ketleyn Quadros foi a primeira mulher a faturar medalha em disputas individuais. Ela também a primeira judoca do país a ir ao pódio. O mesmo fizeram Fernanda Oliveira e Isabel Swan na vela. No atletismo, no salto em distância, Maurren Maggi foi a primeira mulher do país a conquistar uma medalha no atletismo e o primeiro ouro individual feminino.
Ontem, Natália Falavigna fez do taekwondo a única modalidade como novidade no quadro histórico de medalhas.
No futebol, pela terceira Olimpíada seguida, o time feminino consegue resultado melhor que o masculino: repetiu a prata de 2004, enquanto os homens levaram o bronze.
Mesmo quando fizeram feio, como no basquete, onde não passaram da primeira fase, as mulheres ainda foram melhores do que os homens -que, no caso, nem se classificaram.
Em alguns eventos, o Brasil feminino não foi ao pódio, mas obteve performances nunca vistas antes, como no revezamento 4 x 100 m do atletismo, em que as atletas ficaram na quarta posição, superando gigantes como EUA e Jamaica, que foram desclassificados por falhas durante a prova.


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