São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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Dor tira Maurren da disputa

Com tendinite no joelho, campeã olímpica desiste do salto em distância e fica só em 7º no Mundial

Saltadora, que buscava outra inédita medalha para o país, diz que irá se reunir com médicos e estudar a possibilidade de ser operada


DO ENVIADO A BERLIM

Lesionada, Maurren Maggi não conseguiu evitar uma das piores campanhas do Brasil em Mundiais de atletismo.
Ontem, em Berlim, a campeã olímpica abriu mão das suas duas últimas tentativas e, com 6,68 m, terminou em sétimo lugar no salto em distância.
"Fui ao meu limite. O que mais sinto é saber que tenho capacidade para vencer, mas hoje [ontem] não estava em condições", lamentou Maurren, que chorou após a última tentativa frustada na pista do Estádio Olímpico alemão.
O pífio desempenho da brasileira em Berlim foi reflexo de uma tendinite no joelho direito. Depois de assegurar que tinha condições para o torneio, a atleta voltou a sentir dores e vai se reunir com os médicos.
Antes do seu retorno ao Brasil, a atleta estuda a possibilidade de passar por uma cirurgia.
"Já fiz os exames. Agora, vou me dedicar para a recuperação. Tenho bastante tempo e não vou disputar outro campeonato neste ano", disse Maurren.
A brasileira deixou a competição após o quarto salto, quando solicitou aos médicos uma proteção para colocar no joelho. Na sequência, nem chegou a saltar pela quinta vez.
"Não dava mais para mim. Era muita dor, e eu não conseguia mais competir. Agora, é pensar no futuro. O Mundial já acontecerá daqui a dois anos."
Figurinha carimbada em programas de TV, festas e eventos após a conquista olímpica em Pequim, a brasileira confessou que a falta de dedicação aos treinos também afetou a sua performance em Berlim.
"Lógico que atrapalhou, mas tenho que aproveitar enquanto posso. Por isso, não me arrependo. Até porque o meu esporte [atletismo] precisa disso no Brasil", justificou.
Para a saltadora, o foco após a recuperação da lesão está na Olimpíada de Londres-2012.
"No Mundial de Daegu, em 2011, quero estar bem também, porque servirá de preparação para os Jogos. Sei que tenho muito chão pela frente."
Nesta temporada, Maurren não conquistou nenhum título. A melhor performance da brasileira foi a medalha de bronze no Meeting de Doha, com 6,90 m. Nas demais competições, a campeã olímpica colecionou fracassos, sendo superada até mesmo no Troféu Brasil.
Também na decisão de ontem, Keila Costa queimou todos os seus saltos e terminou sem classificação.
As duas brasileiras, assim como o panamenho campeão olímpico Irving Saladino, que também não teve classificação no Mundial de Berlim, são treinados por Nélio Moura.
A fraca campanha do Brasil, que não conquistou nenhuma medalha neste Mundial, não foi uma surpresa para Maurren.
A atleta ainda fez questão de exaltar a atuação dos seus colegas de delegação.
"Acho que cada um tem o seu momento e sua responsabilidade. Não é fácil ser atleta no Brasil e chegar a ser um dos oito melhores do mundo. As meninas do 4 x 100 m [que ficaram em quinto], por exemplo, merecem os parabéns", disse.
O ouro ficou com a americana Brittney Reese, com 7,10 m. A russa Tatyana Lebedeva foi prata, com 6,97 m, e a turca Karin Mey Melis, com 6,80, bronze. (JOSÉ EDUARDO MARTINS)


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