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Dor tira Maurren da disputa
Com tendinite no joelho, campeã olímpica desiste do salto em distância e fica só em 7º no Mundial
Saltadora, que buscava outra inédita medalha para o país, diz que irá se reunir com médicos e estudar a possibilidade de ser operada
DO ENVIADO A BERLIM
Lesionada, Maurren Maggi
não conseguiu evitar uma das
piores campanhas do Brasil em
Mundiais de atletismo.
Ontem, em Berlim, a campeã
olímpica abriu mão das suas
duas últimas tentativas e, com
6,68 m, terminou em sétimo lugar no salto em distância.
"Fui ao meu limite. O que
mais sinto é saber que tenho
capacidade para vencer, mas
hoje [ontem] não estava em
condições", lamentou Maurren, que chorou após a última
tentativa frustada na pista do
Estádio Olímpico alemão.
O pífio desempenho da brasileira em Berlim foi reflexo de
uma tendinite no joelho direito. Depois de assegurar que tinha condições para o torneio, a
atleta voltou a sentir dores e vai
se reunir com os médicos.
Antes do seu retorno ao Brasil, a atleta estuda a possibilidade de passar por uma cirurgia.
"Já fiz os exames. Agora, vou
me dedicar para a recuperação.
Tenho bastante tempo e não
vou disputar outro campeonato neste ano", disse Maurren.
A brasileira deixou a competição após o quarto salto, quando solicitou aos médicos uma
proteção para colocar no joelho. Na sequência, nem chegou
a saltar pela quinta vez.
"Não dava mais para mim.
Era muita dor, e eu não conseguia mais competir. Agora, é
pensar no futuro. O Mundial já
acontecerá daqui a dois anos."
Figurinha carimbada em
programas de TV, festas e eventos após a conquista olímpica
em Pequim, a brasileira confessou que a falta de dedicação aos
treinos também afetou a sua
performance em Berlim.
"Lógico que atrapalhou, mas
tenho que aproveitar enquanto
posso. Por isso, não me arrependo. Até porque o meu esporte [atletismo] precisa disso
no Brasil", justificou.
Para a saltadora, o foco após a
recuperação da lesão está na
Olimpíada de Londres-2012.
"No Mundial de Daegu, em
2011, quero estar bem também,
porque servirá de preparação
para os Jogos. Sei que tenho
muito chão pela frente."
Nesta temporada, Maurren
não conquistou nenhum título.
A melhor performance da brasileira foi a medalha de bronze
no Meeting de Doha, com 6,90
m. Nas demais competições, a
campeã olímpica colecionou
fracassos, sendo superada até
mesmo no Troféu Brasil.
Também na decisão de ontem, Keila Costa queimou todos os seus saltos e terminou
sem classificação.
As duas brasileiras, assim como o panamenho campeão
olímpico Irving Saladino, que
também não teve classificação
no Mundial de Berlim, são treinados por Nélio Moura.
A fraca campanha do Brasil,
que não conquistou nenhuma
medalha neste Mundial, não foi
uma surpresa para Maurren.
A atleta ainda fez questão de
exaltar a atuação dos seus colegas de delegação.
"Acho que cada um tem o seu
momento e sua responsabilidade. Não é fácil ser atleta no Brasil e chegar a ser um dos oito
melhores do mundo. As meninas do 4 x 100 m [que ficaram
em quinto], por exemplo, merecem os parabéns", disse.
O ouro ficou com a americana Brittney Reese, com 7,10 m.
A russa Tatyana Lebedeva foi
prata, com 6,97 m, e a turca Karin Mey Melis, com 6,80, bronze.
(JOSÉ EDUARDO MARTINS)
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