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Bolt alavanca renascimento de modalidade
DO ENVIADO A BERLIM
Usain Bolt se consolidou
no Mundial de Berlim como
um dos maiores ícones esportivos do mundo.
Com seus recordes mundiais nos 100 m e 200 m e seu
jeito descontraído, ainda
atraiu os holofotes para um
esporte que, durante os últimos anos, permaneceu sob a
desconfiança do público devido aos constantes escândalos de doping envolvendo
suas principais estrelas.
Recordes dos 100 m, por
exemplo, já foram "contaminados". Antecessores de
Bolt, Ben Johnson e Justin
Gatlin foram flagrados em
exame antidoping.
"Usain Bolt deve ser agora
o esportista mais popular do
mundo, não só do atletismo",
disse ontem Lamine Diack,
presidente da Iaaf, entidade
que gerencia o atletismo.
Submetido constantemente a testes-surpresa, o
jamaicano coleciona antidopings negativos e deixa ainda
mais atônitos fãs e especialistas que tentam explicar
seu incrível desempenho.
Do inhame consumido na
infância à sua altura fora dos
padrões para velocistas (1,96
m), tudo se torna justificativa para o fenômeno Bolt.
"Tem explicação para o
Pelé? Então, é a mesma coisa: junção de talento e muita
garra", afirmou o velocista
brasileiro Vicente Lenilson.
Uma da chaves do sucesso
do jamaicano pode estar em
a sua compleição física.
Se no início da carreira de
Bolt, sua estatura era considerada inadequada, hoje explica seu sucesso.
"O corpo dele não era
ideal. Com o movimento da
corrida, sua cabeça ia muito
para trás, e o centro de gravidade era alterado demais.
Sem o equilíbrio perfeito, ele
perdia tempo", explicou o
técnico de Bolt, Glen Mills,
que corrigiu os problemas de
coordenação do pupilo.
"Ele é incrível. Muito coordenado e consegue fazer bem
a curva [nos 200 m], mesmo
sendo alto", disse Michael
Johnson, ex-recordista
mundial da prova.
Hoje, o velocista jamaicano se beneficia da estatura,
pois consegue para dar passos mais largos que seus rivais. Ele alcança 2,90 m por
passada, enquanto seu rival
Tyson Gay, 2,70 m. Desta
maneira, na final dos 100 m,
Bolt deu 41 passos, e Gay, 46.
"Ele consegue aliar grande
amplitude em seu passo e
ainda manter uma alta frequência de passadas", afirmou Benedito Pereira, professor do curso de Educação
Física da USP.
(JEM)
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