São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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Bolt alavanca renascimento de modalidade

DO ENVIADO A BERLIM

Usain Bolt se consolidou no Mundial de Berlim como um dos maiores ícones esportivos do mundo.
Com seus recordes mundiais nos 100 m e 200 m e seu jeito descontraído, ainda atraiu os holofotes para um esporte que, durante os últimos anos, permaneceu sob a desconfiança do público devido aos constantes escândalos de doping envolvendo suas principais estrelas.
Recordes dos 100 m, por exemplo, já foram "contaminados". Antecessores de Bolt, Ben Johnson e Justin Gatlin foram flagrados em exame antidoping.
"Usain Bolt deve ser agora o esportista mais popular do mundo, não só do atletismo", disse ontem Lamine Diack, presidente da Iaaf, entidade que gerencia o atletismo.
Submetido constantemente a testes-surpresa, o jamaicano coleciona antidopings negativos e deixa ainda mais atônitos fãs e especialistas que tentam explicar seu incrível desempenho.
Do inhame consumido na infância à sua altura fora dos padrões para velocistas (1,96 m), tudo se torna justificativa para o fenômeno Bolt.
"Tem explicação para o Pelé? Então, é a mesma coisa: junção de talento e muita garra", afirmou o velocista brasileiro Vicente Lenilson.
Uma da chaves do sucesso do jamaicano pode estar em a sua compleição física.
Se no início da carreira de Bolt, sua estatura era considerada inadequada, hoje explica seu sucesso.
"O corpo dele não era ideal. Com o movimento da corrida, sua cabeça ia muito para trás, e o centro de gravidade era alterado demais. Sem o equilíbrio perfeito, ele perdia tempo", explicou o técnico de Bolt, Glen Mills, que corrigiu os problemas de coordenação do pupilo.
"Ele é incrível. Muito coordenado e consegue fazer bem a curva [nos 200 m], mesmo sendo alto", disse Michael Johnson, ex-recordista mundial da prova.
Hoje, o velocista jamaicano se beneficia da estatura, pois consegue para dar passos mais largos que seus rivais. Ele alcança 2,90 m por passada, enquanto seu rival Tyson Gay, 2,70 m. Desta maneira, na final dos 100 m, Bolt deu 41 passos, e Gay, 46.
"Ele consegue aliar grande amplitude em seu passo e ainda manter uma alta frequência de passadas", afirmou Benedito Pereira, professor do curso de Educação Física da USP. (JEM)


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