São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

O clássico de dois estilos

NA ARENA da Baixada, o São Paulo de Ricardo Gomes perdeu depois de nove rodadas e foi um pouco de Muricy Ramalho. Desde o início da arrancada, a partida contra o Atlético-PR revelou a equipe com maior número de bolas levantadas para a grande área, menor número de ultrapassagens de Júnior César e lances de perigo em lançamentos longos.
Mesmo assim, é impossível esquecer que o São Paulo joga hoje mais com a bola no chão e depende menos dos cruzamentos do que há um ano.
No sábado, o Palmeiras de Muricy foi quase o de Felipão. A torcida se lembra de vitórias no sufoco, com Marcos trabalhando muito e longos períodos de pressão no final.
À parte São Paulo e Palmeiras terem vivido o fim de semana à sombra de seus antigos treinadores, o clássico decisivo do próximo domingo colocará frente a frente duas equipes de estilos antagônicos. O São Paulo deve sua recuperação ao jogo cadenciado. No passado, o time pedia socorro a Jorge Wagner, quando queria bola parada e cruzamentos. Hoje, Jorge Wagner é o homem por quem o time procura quando é preciso rodar a bola e se aproximar do gol adversário.
No caso palmeirense, quem explica a opção pelo estilo de jogo é o próprio treinador: "O ritmo do futebol está muito forte". Está mesmo. Isso significa que, em alguns momentos, há mais erros de passes e finalizações do que é possível num jogo que se possa chamar de "tecnicamente bom."
Mas o Palmeiras faz jogos em que a bola não para, em que é impossível não prestar atenção. Por isso, a defesa é constantemente ameaçada e o ataque força o goleiro rival com finalizações. "Nosso problema é o gol. Finalizamos muito e perdemos muito."
O clássico terá duelos de Jorge Wagner contra Pierre, Hernanes contra o incansável Souza -11 desarmes contra o Inter. O Palmeiras, de dois meias, contra o São Paulo, de três zagueiros. Mas vai mesmo colocar à prova a razão principal da reação são-paulina de 2008. Reagiu porque era o Jason? Ou porque Muricy teve tempo para trabalhar? Em 2008, nos cinco primeiros jogos com intervalo de sete dias, o São Paulo de Muricy ganhou quatro e empatou um. Pois só agora o Palmeiras terá esse tempo para treinar.

O ERRO FATAL
Jorge Wagner fez um jogo como no velho São Paulo. Embora tenha aparecido para rodar o jogo, como armador que era nos tempos de Cruzeiro e Corinthians, apareceu mais nas faltas e nos escanteios. E no erro, ao perder a bola e permitir o contra-ataque que resultou no gol da vitória do Atlético-PR.

O MOTOR
Souza não é Pierre. Mas, no meio do segundo tempo contra o Inter, tinha roubado 10 bolas, dos 20 desarmes do Palmeiras. No final do jogo, tinha 11, dos 28 desarmes verdes. Ou 36%. Hoje, Souza não pode ficar fora da equipe do Palmeiras. Mas, como diz Muricy, precisa cuidar mais da qualidade do passe.

GOLS SOFRIDOS
A força do Corinthians era a defesa. O time que passou 18 meses de Mano Menezes sem sofrer três gols. E sofreu contra o Grêmio, 11 dias depois de ganhar a Copa do Brasil. De 1º de julho, quando levantou o troféu em Porto Alegre, para cá, o Corinthians disputou 13 jogos e sofreu 20 gols. Justificável para quem tem um time que muda a cada jogo. Mas que explica por que o time perde chances de se aproximar dos líderes do Brasileiro.


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