São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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No limite, Brasil ganha o 8º GP

Seleção de vôlei termina torneio invicta e esgotada um ano após levar o ouro olímpico em Pequim

Com seis novatas no jogo final, equipe mantém alto nível, fica invicta, consolida apostas de Zé Roberto e festeja o banco de reservas


Kazuhiro Nogi/France Presse
Jogadoras da seleção brasileira acenam para câmera após a conquista do oitavo título do Grand Prix de vôlei, ontem, em Tóquio

DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina venceu ontem o Japão por 3 sets a 1 e, após uma hora e 50 minutos de jogo, com um misto de alegria e alívio, festejou seu oitavo título do Grand Prix de vôlei.
Foi a primeira conquista importante da equipe do técnico Zé Roberto um ano após o inédito ouro nos Jogos de Pequim.
Um ótimo teste para o renovado time, que disputou a partida decisiva com apenas seis campeãs olímpicas, encarou duelos complicados, longas viagens e má alimentação. E, mesmo assim, manteve-se invicto no torneio, com 14 vitórias.
"Esse foi um Grand Prix dos mais difíceis, e a equipe chegou no limite. Com muita perseverança e persistência, elas conseguiram jogar em alto nível. O campeonato mostrou que tudo funciona quando o grupo joga bem", afirmou Zé Roberto.
O Brasil estreou na competição em 31 de julho, no Rio de Janeiro. Depois viajou para Macau, Coreia do Sul e Japão, onde disputou a fase decisiva.
No curto percurso entre Macau e a cidade coreana de Mokpo, a seleção gastou 20 horas por causa do esquema montado pela federação internacional.
Na Coreia, o time sofreu com a má qualidade da comida.
No ano que vem, as finais serão na China. Em 2011, em Macau. Para 2012, a federação procura um país europeu que abrigue as partidas para não desgastar as equipes que disputarão a Olimpíada de Londres.
O Brasil é disparado o maior vencedor da competição. A Rússia, vice, soma três taças. O Grand Prix acontece todo ano e reúne as principais seleções de vôlei do mundo. É a versão feminina da Liga Mundial.
Os homens, porém, ganham mais. O time de Bernardinho recebeu US$ 1 milhão pelo título. As mulheres, US$ 200 mil.
"O grupo se fortaleceu durante a competição. Tivemos jogos pesados, um atrás do outro, foi um campeonato de superação", disse a ponta Sassá, maior pontuadora da partida decisiva, com 19 pontos.
Sassá saiu do banco de reservas e foi essencial nos últimos dois jogos. Ontem, Zé Roberto também usou a levantadora Ana Tiemi, a oposto Joycinha e Camila Brait, que é líbero, mas entrou em quadra para sacar.
"As que vieram do banco ajudaram o time. Foi assim o tempo todo, uma ajudando a outra", elogiou o treinador.
Zé Roberto também consolidou suas novas apostas. O treinador pôde levar 14 jogadoras para o Grand Prix, e apenas seis delas estavam no grupo campeão olímpico em Pequim.
A média de idade do novo elenco é de 23,7 anos. A líbero Fabi, 29, é a mais experiente.
Quando iniciou a temporada, o treinador tinha quatro jogadoras na disputa pela vaga da levantadora Fofão, aposentada da seleção. Terminou o GP com Dani Lins, titular, na dianteira. Ana Tiemi foi a reserva.
Entre as atacantes, Natália, 20 anos, foi titular na ponta. O Brasil atuou sem Paula Pequeno, que se recupera de cirurgia, e Jaqueline, poupada.
"Vencemos na base da superação do cansaço e da força do grupo. Mas precisamos controlar a euforia. Não somos imbatíveis", disse a oposto Sheilla, eleita a melhor jogadora do GP.


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