São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2010

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fome de bola

Com Adilson Batista, Corinthians adianta marcação e dispara nos rankings de desarmes e passes

PAULO COBOS
DE SÃO PAULO

O gosto pela bola é a diferença do Corinthians de Mano Menezes ao comandado agora por Adilson Batista.
Seja na volúpia para tirá-la do adversário ou no esmero em tê-la no pé, o vice-líder do Brasileiro de 2010 passou por uma mudança profunda nas quatro partidas que já fez com seu novo treinador.
Antes coadjuvante nos rankings de desarmes e troca de passes do Datafolha, o Corinthians virou protagonista nesses fundamentos nos jogos com o ex-cruzeirense Adilson no comando.
No primeiro item, a média corintiana por jogo passou dos 124 desarmes da era Mano para 135 com o novo treinador (o Botafogo lidera o ranking geral, com 128).
Nos passes, a média da equipe por partida subiu de 291 para 319, marca suficiente para colocá-lo em terceiro na lista de todos os clubes.
Mais do que a variação estatística, o que importa é uma nova mentalidade de jogo no Corinthians depois da mudança de treinador.
O time desarma mais e, consequentemente, tem mais a posse de bola, pois Adilson passou a exercer uma forte marcação na saída de jogo do adversário, estratégia pouco comum no país.
Isso fica evidente no número de desarmes do quarteto mais ofensivo da equipe sob o comando do novo comandante (Elias, Bruno César, Iarley e Jorge Henrique).
Em média, o quarteto tirou a bola dos rivais 21 vezes por partida na era Adilson. No Palmeiras de Luiz Felipe Scolari, os quatro jogadores mais ofensivos não passam dos 12 desarmes por partida.
Quem mais encorpou o estilo do novo treinador do Corinthians é o atacante Jorge Henrique. Com Mano Menezes, ele fazia 4,9 desarmes por jogo. Com Adilson, sua média subiu para 7,2.
O novo técnico corintiano diz que não fez revolução alguma. "Eu só estou dando sequência ao que o Mano vinha fazendo com muita competência. Tenho que ressaltar a qualidade dele. Minha intervenção é pequena", disse Adilson, depois da vitória por 3 a 0 diante do São Paulo.
Logo depois, no entanto, ele admitiu pelo menos uma mudança tática no time. "Só adiantei o Elias", falou.
Com esse movimento, o Corinthians ganhou um meia habilidoso e artilheiro (marcou três gols nos quatro jogos da era Adilson) e que também tem grande poder de marcação (são outros sete desarmes por partida para o time com o atual treinador).
Amanhã, em Uberlândia, contra o Cruzeiro, o Corinthians tem outra chance de provar que sua nova forma de jogar também pode dar certo fora do Pacaembu -o time só venceu uma vez no Nacional longe do estádio.


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