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fome de bola
Com Adilson Batista, Corinthians adianta marcação e dispara nos rankings de desarmes e passes
PAULO COBOS
DE SÃO PAULO
O gosto pela bola é a diferença do Corinthians de Mano Menezes ao comandado
agora por Adilson Batista.
Seja na volúpia para tirá-la
do adversário ou no esmero
em tê-la no pé, o vice-líder do
Brasileiro de 2010 passou por
uma mudança profunda nas
quatro partidas que já fez
com seu novo treinador.
Antes coadjuvante nos
rankings de desarmes e troca
de passes do Datafolha, o Corinthians virou protagonista
nesses fundamentos nos jogos com o ex-cruzeirense
Adilson no comando.
No primeiro item, a média
corintiana por jogo passou
dos 124 desarmes da era Mano para 135 com o novo treinador (o Botafogo lidera o
ranking geral, com 128).
Nos passes, a média da
equipe por partida subiu de
291 para 319, marca suficiente para colocá-lo em terceiro
na lista de todos os clubes.
Mais do que a variação estatística, o que importa é
uma nova mentalidade de jogo no Corinthians depois da
mudança de treinador.
O time desarma mais e,
consequentemente, tem
mais a posse de bola, pois
Adilson passou a exercer
uma forte marcação na saída
de jogo do adversário, estratégia pouco comum no país.
Isso fica evidente no número de desarmes do quarteto mais ofensivo da equipe
sob o comando do novo comandante (Elias, Bruno César, Iarley e Jorge Henrique).
Em média, o quarteto tirou
a bola dos rivais 21 vezes por
partida na era Adilson. No
Palmeiras de Luiz Felipe Scolari, os quatro jogadores mais
ofensivos não passam dos 12
desarmes por partida.
Quem mais encorpou o estilo do novo treinador do Corinthians é o atacante Jorge
Henrique. Com Mano Menezes, ele fazia 4,9 desarmes
por jogo. Com Adilson, sua
média subiu para 7,2.
O novo técnico corintiano
diz que não fez revolução alguma. "Eu só estou dando sequência ao que o Mano vinha
fazendo com muita competência. Tenho que ressaltar a
qualidade dele. Minha intervenção é pequena", disse
Adilson, depois da vitória
por 3 a 0 diante do São Paulo.
Logo depois, no entanto,
ele admitiu pelo menos uma
mudança tática no time. "Só
adiantei o Elias", falou.
Com esse movimento, o
Corinthians ganhou um meia
habilidoso e artilheiro (marcou três gols nos quatro jogos
da era Adilson) e que também tem grande poder de
marcação (são outros sete
desarmes por partida para o
time com o atual treinador).
Amanhã, em Uberlândia,
contra o Cruzeiro, o Corinthians tem outra chance de
provar que sua nova forma
de jogar também pode dar
certo fora do Pacaembu -o
time só venceu uma vez no
Nacional longe do estádio.
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