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Flu joga por 12 anos de gastança
Investimento da Unimed no líder do Brasileiro bate nos R$ 200 milhões
SÉRGIO RANGEL
DO RIO
Rendas penhoradas desde
o início do campeonato, jogadores sem privacidade
treinando num sofrível gramado e uma dívida que ultrapassa os R$ 200 milhões. Esse poderia ser o roteiro de um
time que luta para fugir do rebaixamento. Mas não é.
Com 33 pontos no Brasileiro, o Fluminense lidera o
campeonato com dois de
vantagem sobre o Corinthians. O clube não para de
gastar dinheiro na tentativa
de quebrar o tabu de 26 anos
sem ganhar o título nacional.
Longe de ter uma estrutura
de fazer inveja, o tricolor carioca se destaca na competição pela ajuda financeira da
mais longa parceira do futebol nacional, a Unimed-RJ.
Só neste ano, a empresa, que
é presidida pelo tricolor Celso Barros, vai passar mais de
R$ 20 milhões para o bolso
dos principais jogadores.
Desde 1998 estampando
sua marca no uniforme do time, a empresa abriu ainda
mais os cofres nos últimos
dias. Na semana passada, o
atacante Fred renovou até
2015. Pelo acordo, recebeu
um aumento de R$ 100 mil.
Pulou para R$ 460 mil.
O clube ainda repatriou o
meia Deco, que ganhará o
mesmo que Fred.
""Está valendo a pena essa
parceria. Temos uma verba
de marketing e usamos parte
no clube. O resultado está
sendo bom para o Fluminense e para a Unimed", declarou Barros, que ainda gasta
muito com seu treinador.
Muricy Ramalho foi contratado em abril e renovou
com o Fluminense por mais
dois anos depois de recusar o
convite da CBF para comandar a seleção na caminhada
para a Copa do Mundo-2014.
O repasse direto do dinheiro da Unimed para os jogadores foi a fórmula encontrada
pelos dirigentes para fugir
das penhoras. Neste campeonato, o clube tricolor ficou
com apenas R$ 37 mil do arrecadado nas bilheterias.
Recordista de público no
Brasileiro, o Fluminense tem
a maior parte da sua renda
retida pela Justiça para o pagamento de dívidas.
Nos 12 anos de parceria, a
Unimed declara oficialmente
que investiu aproximadamente R$ 120 milhões no clube. O valor é contestado pela
oposição, que diz acreditar
que o Fluminense já ganhou
mais de R$ 200 milhões.
Mesmo assim, o resultado
esportivo não foi dos melhores. Nesse período, o time
conquistou apenas a Copa do
Brasil de 2007 e os Estaduais
de 2002 e 2005. Além disso,
chegou à finais da Taça Libertadores de 2008 e da Copa
Sul-Americana de 2009.
Apesar do sucesso dentro
de campo, o Fluminense não
tem um centro de treinamento. Os jogadores não têm privacidade nos treinos.
""Estamos muito atrás dos
melhores times do Brasil. A
diretoria me prometeu um CT
e vou trabalhar para isso. O
Fluminense também tem que
crescer fora do campo", disse
o treinador Muricy Ramalho.
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