São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2010

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Olimpíada jovem é vitrine de esportes

Esgrima, triatlo, saltos ornamentais e pentatlo usam evento para testar inovações que podem ser definitivas

Stephen Morrison/Efe
Thiago Braz na final do salto com vara em Cingapura

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A CINGAPURA

Os Jogos Olímpicos da Juventude tornaram-se um laboratório para as federações esportivas apresentarem novidades nas modalidades.
A ideia é testar a inovação em um evento olímpico de menor porte, sem pressão midiática, mas já sob a observação do COI (Comitê Olímpico Internacional).
Em caso de sucesso, fica mais fácil o lobby pela modificação da modalidade no programa da entidade.
Além do basquete 33, grande inovação apresentada nos Jogos de Cingapura, outras quatro modalidades promoveram mudanças que já devem ser aplicadas em competições internacionais.
Pentatlo moderno e esgrima usaram a tecnologia para impressionar o COI.
A esgrima testou um sistema "wireless", em que o atleta não precisa ficar preso ao cabo que transmite os sinais após toque do adversário.
Já o pentatlo introduziu a pistola a laser nas provas de tiro, substituindo a pistola de ar comprido com munição.
"A pistola a laser pode ajudar a desenvolver nosso esporte em escolas e universidades, e não haverá riscos associados ao uso de pistolas de ar comprimido", afirmou Klaus Schormann, presidente da Federação Internacional de Pentatlo Moderno.
Apesar de estar no programa olímpico há 98 anos, o pentatlo moderno, que reúne provas de tiro, esgrima, natação, hipismo e corrida, vem sendo ameaçado de exclusão justamente por não ser um esporte tão midiático.
Segundo o presidente da confederação brasileira de pentatlo, Hélio Meireles, a pistola a laser pode levar mais dinamismo à disputa do tiro e, assim, atrair mais a atenção do público. A novidade deve ser empregada em novembro, no Pan-Americano da categoria, no Rio.
Nos saltos ornamentais, a disputa ocorreu à noite, em uma piscina ao ar livre.
"Quando acabarem os Jogos da Juventude, essa experiência será algo que teremos em mente para as futuras competições", disse Jesus Mena, diretor técnico de saltos ornamentais da Fina (Federação Internacional de Natação). "Isso pode mudar o esporte para a televisão, para os atletas e para os técnicos."
A brasileira Nicoli Cruz não se incomodou de competir saltando da plataforma de 10 m sob a luz da lua.
"O pessoal reclamou no início, então a organização botou spray na água para podermos ver a superfície, mas eu não senti tanta diferença em relação a competir durante o dia", falou Nicoli.
No triatlo, a inclusão da prova de revezamento misto com quatro atletas por equipe foi elogiada pelo COI. A presidente da federação internacional, Marisol Casado, aproveitou para fazer lobby no comitê olímpico durante a disputa em Cingapura.
O presidente do COI, Jacques Rogge, também se mostrou entusiasmado com o uso do Twitter para narrar em tempo real as competições de vela. Um barco com os tuiteiros acompanha os velejadores no mar durante a prova.


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