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São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2003

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Justiça pune Paysandu e cria Brasileiro do asterisco


Disputa entre STJD e presidente do clube paraense detona avalanche de ações e arruína lógica da tabela do 1º Nacional de pontos corridos


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O primeiro Brasileiro dos pontos corridos virou o Nacional do asterisco, pois a tabela mais uma vez foi alterada no tapetão.
O STJD tirou do Paysandu ontem os pontos que o clube obteve nas partidas contra Corinthians e Ponte Preta, que subiram na tabela ao herdar dois e três pontos, respectivamente. O motivo foi o uso de três atletas irregulares.
"Com certeza, a decisão não foi boa para o campeonato. Vamos ver o que pode acontecer", disse José Mauro do Couto Filho, que defendeu o time do Pará no STJD.
A decisão afeta substancialmente a tabela do Nacional, colocando o Paysandu mais perto da zona de rebaixamento, aliviando a situação perigosa da Ponte Preta e dando força ao Corinthians na luta por uma vaga na Libertadores.
A tabela já mostrava desde o turno inicial um asterisco informando a perda de pontos da Ponte Preta para Inter e Juventude por uso de um atleta irregular.
A decisão da 2ª Comissão Disciplinar do STJD de retirar quatro pontos do Paysandu foi tomada ontem à tarde por unanimidade e abriu a brecha para uma enxurrada de recursos na Justiça Desportiva contra o time paraense.
O Corinthians ganhou os dois pontos perdidos ao empatar com o Paysandu, por 2 a 2, em agosto. Já a Ponte Preta recebeu os três pontos perdidos na derrota por 3 a 2, também em agosto.
Por causa do tapetão, o Paysandu caiu do 15º para o 18º lugar e poderá ser rebaixado. Isso porque o São Caetano e o Fluminense já decidiram conturbar mais o torneio. Os advogados dos dois clubes tentarão tirar na Justiça esportiva mais quatro pontos do time paraense, que ficaria em 21º lugar, beirando a zona de descenso.
A Comissão Disciplinar do STJD puniu o Paysandu porque o time teria atuado com três jogadores irregulares -Aldrovani, Júnior Amorim e Borges Neto.
Contratados para reforçar a equipe no segundo turno do torneio, os atletas tiveram os contratos assinados pelo presidente do clube, José Arthur Guedes Tourinho. O dirigente havia sido suspenso por 120 dias pelo STJD por ter ofendido o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como coronel Nunes.
"Essa decisão foi triste para o final do campeonato. Nós vamos até o final pelos nossos direitos. Não nos importamos com as consequências. O presidente está afastado na Justiça esportiva, mas ele tem o direito de firmar contratos sem problemas", disse o advogado do Paysandu Alberto Maia Filho, que acredita que poderá ser repetido agora o "caso Gama".
Em 1999, o Gama recorreu à Justiça comum para defender os seus direitos depois que a Justiça esportiva concedeu a Botafogo e Inter pontos de partidas contra o São Paulo. Foi criada uma batalha jurídica, e o Brasileiro acabou dando lugar à Copa João Havelange, feita pelo Clube dos 13.
O advogado do Paysandu não descarta a possibilidade de recorrer à Justiça comum para manter o time na elite do Brasileiro. Na próxima semana, a Comissão Disciplinar deve julgar o recurso do São Caetano. Há cerca de uma semana, o time do ABC perdeu para o Paysandu (0 a 1) em Belém.
Os dirigentes do Fluminense também já contam com os pontos no tapetão. No sábado, a equipe, que tenta se afastar da zona de rebaixamento, empatou com os paraenses, por 1 a 1, no Maracanã.
Sinal dos tempos: a Ponte Preta ganhou de 1 a 0 do Juventude e não somou ponto nenhum pela vitória; perdeu do Paysandu por 3 a 2 e ganhou três pontos por isso.


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