Na véspera

A queda de Tite começou a ser desenhada um dia antes do jogo com o Santa Cruz, numa conversa nada amistosa com Salvador Hugo Palaia. O diretor de futebol palmeirense cobrou o técnico por aproveitar pouco alguns jogadores, como Valdivia e Marcelo Costa. Reclamou também de o treinador dar a faixa de capitão para Daniel, que o dirigente considera calado. Tite respondeu que se tratava de questões técnicas, de sua alçada. Palaia encarou a atitude como arrogante. Ambos não falam publicamente sobre o assunto.

Machão. Alguns dirigentes do Palmeiras reclamam que Tite ficou agressivo quando as derrotas começaram. Como exemplo, os cartolas afirmam que ele atirou um copo de água, de plástico, na parede do vestiário após um revés. Amigos do treinador respondem que foi um desabafo normal após uma derrota. Mais gente teve atitude semelhante.

Cochilo. No vôo de volta de Recife, em meio à turbulência causada pela demissão de Tite, Palaia transformou parte do avião em sala de reuniões. Chamou várias pessoas para debater o futuro do time. A poucos metros dali, alheio à confusão, Affonso della Monica, presidente palmeirense, dormia em sua poltrona.

Mau começo. Marcelo Vilar estréia como substituto de Tite já pressionado. Conselheiros da oposição alegam que ele, com o aval de Ilton José da Costa, exagerou na indicação de atletas da Adap-PR para o time B. A qualidade dos reforços é questionada.

Bala perdida. Francisco Lopes, desafeto de Vanderlei Luxemburgo, agora dispara na direção do preparador físico Antonio Mello. "Qualquer técnico inteligente força o jogo contra o Santos na etapa final", afirma o ex-diretor.

Desconfiados. Alguns membros do estafe de Pelé dizem que Ricardo Teixeira não ficará chateado se ele recusar a presidência do Comitê Organizador da Copa-14, caso ela seja no Brasil. Crêem que o convite foi mais para agradar a Joseph Blatter, da Fifa. Apesar da vontade pessoal, Pelé pode declinar o convite devido a interesses comerciais.

Voto contra. Se depender da vontade do agente Orlando da Hora, Nilmar irá esperar o Corinthians se acertar com o Lyon e dizer que não quer ficar. Caso isso ocorra, começará uma batalha jurídica.

Liberdade. A Gaviões da Fiel diz que entrará com uma ação na Justiça se a área em que costuma ficar no Pacaembu for isolada das demais. O alvo será a federação paulista, que quer permitir só torcedores cadastrados nos locais reservados às organizadas.

Em casa. Ganhar dinheiro com a venda de atletas não é o único interesse da Traffic no Miami FC, pelo qual Romário atuou nesta temporada. A empresa de J. Hawilla controla o clube também de olho na venda de placas de publicidade estática e direitos de transmissão para TVs e rádios.