São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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amigos, amigos...

Lula apoiou Parreira, que não vai apoiar Lula

Ex-técnico da seleção revela que presidente o confortou, mas que não vota nele Pouco após a derrota épica para a França na Copa da Alemanha, treinador teve contato bem amigável com o petista, a quem agradece

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Carlos Alberto Parreira revelou à Folha que quem lhe deu o maior apoio após a queda na Copa da Alemanha foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o novo comandante da seleção sul-africana revelou que não irá retribuir o apoio do amigo nas urnas.

 

FOLHA - Em quem vai votar?
CARLOS ALBERTO PARREIRA
- Não vou falar de eleição. Vou votar no dia 1º, vou para a África do Sul no dia 4, o jogo da seleção [ele é técnico do time sul-africano] é no dia 7 ou 8, contra Zâmbia. É interessante que eu veja. Vi o time contra o Congo. Estou até adiantando meu trabalho, que só ia começar no ano que vem, mas já vi alguma coisa, vi o time sub-23...

FOLHA - Mas você já tem candidato definido para presidente?
PARREIRA
- Já, já. Veja bem, gosto muito do Lula. Sério mesmo, mas eu sou mais projeto, tudo, não ficarei com o PT. Gosto do Lula, acho ele legal. Depois da Copa, era fácil jogar pedra. O Lula foi decentíssimo, acabou o jogo com a França e, uma hora depois, ele ficou meia hora comigo no telefone. Ao final da entrevista coletiva, fui para o ônibus aguardar os atletas, que estavam tomando banho, e ele ligou: "Parreira, não se ganha sempre, vocês fizeram um bom trabalho, tal, tal, você está triste". Foi decentíssimo. Era muito fácil, você sabe: "Lula critica seleção e Parreira". Daria manchete no mundo todo, até aqui.

FOLHA - E, apesar do apoio do presidente, não o apoiará nas urnas?
PARREIRA
- Sou muito agradecido pelo comportamento que ele teve. Você sabe que houve algumas noticiazinhas. O Lula nem comentou, alguém pegou [o presidente perguntou do peso de Ronaldo em contato com a seleção]. Após a derrota, ele foi nota 10. Até convidou eu e o Zagallo para irmos a Brasília jantar. Com certeza, ele tem vontade, é que está nessa luta como candidato. Foi muito bacana. Fiquei impressionado com o que ele fez com a gente. Qualquer coisinha que dissesse teria repercussão mundial.


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