São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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Só suficiente, São Paulo enfrenta instabilidade

L.C. Leite/Folha Imagem
Richarlyson, Lenílson e Fabão realizam alongamento durante treino do São Paulo para o clássico de hoje contra o Palmeiras


Mesmo após dois triunfos, Muricy diz que time só está vencendo na superação

Clube quer aproveitar crise do Palmeiras para chegar à terceira vitória seguida e manter-se com vantagem confortável na liderança


TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A PRESIDENTE PRUDENTE

PAULO GALDIERI DA REPORTAGEM LOCAL

Duas vitórias consecutivas, líder isolado do Nacional, quatro pontos de vantagem sobre o segundo colocado e ainda um jogo a menos do que o concorrente mais próximo no torneio.
Apoiado num cenário ideal para manter a confortável vantagem sobre o Grêmio no Brasileiro, o São Paulo, franco favorito ao título, vive um clima de instabilidade interna para pegar o Palmeiras hoje.
O motivo: a queda de rendimento da equipe, que deixou o técnico Muricy Ramalho pressionado por cartolas e torcedores e parte do time insatisfeita.
"O nosso time está ganhando pela superação. Contra o São Caetano foi assim. E não dá para ganhar só com isso. Por enquanto está sendo suficiente, mas sabemos que precisamos melhorar", afirmou o técnico Muricy Ramalho. "E não é porque ganhamos duas seguidas que vamos pensar assim. Temos que jogar melhor."
O treinador, que até aqui vinha utilizando o 3-5-2 na maioria das partidas, agora prefere trabalhar jogo a jogo. "Estamos com elenco reduzido e a toda hora somos obrigados a mudar a escalação. Ou por contusão ou por cartão. Isso tudo atrapalha, e muito", falou o treinador.
Na verdade, o São Paulo sofre com o fato de ter passado em branco até aqui. Pressionados pela diretoria e pela torcida por ter a obrigação de vencer o Brasileiro após os três vices acumulados ao longo de 2006, jogadores e técnico querem agora é esquecer os momentos recentes de turbulência. "Aqui não teve crise. Tivemos apenas um momento de pressão, mas ninguém ficou abalado com isso", afirmou o atacante Thiago.
O polivalente Richarlyson, que se negou a dar entrevistas após o jogo contra o São Caetano, quando fez o gol da vitória de 1 a 0, também bateu nessa tecla ao dizer que o seu silêncio foi um protesto. "Fomos colocados em xeque. O nosso potencial foi questionado", disse.
Muricy recorreu à cultura do futebol no Brasil para justificar o que saiu na imprensa. "No Brasil, vice não vale nada. Se um estrangeiro chegar aqui e ver o time na liderança e com três finais no ano, não vai entender nada. Vai achar que todo mundo é louco", falou.
Diante da perda de jogadores importantes, entre eles Lugano e Ricardo Oliveira, Muricy ganhou como reforços apenas o zagueiro Miranda, vindo do futebol francês, e anteontem, no último dia de inscrições, o desconhecido Edgard, do Joinville.


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