São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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Palmeiras tenta evitar volta ao buraco

Sob crise iniciada por seu diretor de futebol, time busca triunfo para não experimentar de novo inferno do rebaixamento

Enquanto Tite anunciava a demissão, Marcelo Vilar, seu sucessor, acompanhava atletas emprestados. "Fui pego de surpresa", admitiu


DA REPORTAGEM LOCAL
E DO ENVIADO A PRESIDENTE PRUDENTE

Nada levava a crer que quaisquer turbulências poderiam acontecer antes do clássico de hoje contra o São Paulo -esse sim, diziam os jogadores palmeirenses, poderia ser o jogo que colocaria o time firme a caminho do céu ou de volta para o já experimentado inferno.
O Palmeiras iniciou a semana passada com projetos a serem alcançados ao fim do Brasileiro. Falava-se em fixar o time na faixa de classificação para a Copa Sul-Americana.
A palavra crise já não era proferida no clube havia algum tempo, apesar da derrota para o Cruzeiro. O clima descontraído permitia até a Tite propor uma revanche aos repórteres, que tinham perdido uma partida contra a comissão técnica.
Pois nada disso resistiu a uma derrota para o lanterna do Nacional agregada a algumas palavras ferinas do diretor de futebol Salvador Hugo Palaia.
Depois de levar um cala-boca do diretor, o técnico pediu demissão. A saída dele, aliada à proximidade com a zona do rebaixamento (tem os mesmos 30 pontos que o Goiás, o 17º colocado), mergulhou o Palmeiras numa crise similar à vivenciada nos piores momentos do primeiro semestre, quando chegou a ser o último colocado do campeonato nacional.
Por isso, o jogo contra o rival do Morumbi, que lidera o Brasileiro, tornou-se ainda mais importante para o Palmeiras.
Uma derrota em Presidente Prudente pode recolocar o time entre os quatro últimos.
E, para apagar esse incêndio, o clube resolveu utilizar o mesmo "bombeiro" que já havia sido convocado no primeiro semestre, em situação semelhante. Assim como fizera quando Emerson Leão foi demitido, a diretoria palmeirense chamou Marcelo Vilar, treinador do time B, para tentar evitar o descarrilhamento total.
Quando o time precisava urgentemente de um técnico para dirigir o time nos confrontos contra o mesmo São Paulo na Libertadores, Vilar foi a aposta. E, naquela oportunidade, ele agradou à cúpula. Com um estilo motivador, fez o rival suar para avançar na Libertadores.
O novo técnico -interino, mas que pode virar definitivo- havia se tornado coordenador das equipes de base. Um prêmio da diretoria por sua rápida, mas elogiada, passagem pelo time principal. Vilar dizia que, apesar de se sentir feliz na função mais burocrática, gostaria de em breve voltar a treinar.
Não esperava que a oportunidade fosse chegar tão rápido e dentro do próprio Palmeiras. Prova disso era o lugar onde estava ao ser informado de que teria de assumir a equipe A.
Anteontem, enquanto Tite desembarcava em Guarulhos e anunciava a sua demissão, Vilar estava em Itu, vendo o desempenho de dois atletas do Palmeiras emprestados ao Ituano.
Ontem, em Presidente Prudente, ele comentou sua situação. "Realmente fui pego de surpresa com a saída do Tite. Mas sou empregado do clube e estou aí para substituí-lo. Minha preocupação é entrar e fazer um bom trabalho. Não tenho apego pelo cargo."
Já para o meia Juninho, o time precisa superar o atual mau momento com boa atuação em campo. "Toda troca de técnico é ruim. Mas só a vitória vai nos dar novamente a confiança."
(PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)


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