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Palmeiras tenta evitar volta ao buraco
Sob crise iniciada por seu diretor de futebol, time busca triunfo para não experimentar de novo inferno do rebaixamento
Enquanto Tite anunciava
a demissão, Marcelo Vilar,
seu sucessor, acompanhava atletas emprestados. "Fui pego de surpresa", admitiu
DA REPORTAGEM LOCAL
E DO ENVIADO A PRESIDENTE PRUDENTE
Nada levava a crer que quaisquer turbulências poderiam
acontecer antes do clássico de
hoje contra o São Paulo -esse
sim, diziam os jogadores palmeirenses, poderia ser o jogo
que colocaria o time firme a caminho do céu ou de volta para o
já experimentado inferno.
O Palmeiras iniciou a semana passada com projetos a serem alcançados ao fim do Brasileiro. Falava-se em fixar o time na faixa de classificação para a Copa Sul-Americana.
A palavra crise já não era proferida no clube havia algum
tempo, apesar da derrota para o
Cruzeiro. O clima descontraído
permitia até a Tite propor uma
revanche aos repórteres, que tinham perdido uma partida
contra a comissão técnica.
Pois nada disso resistiu a
uma derrota para o lanterna do
Nacional agregada a algumas
palavras ferinas do diretor de
futebol Salvador Hugo Palaia.
Depois de levar um cala-boca
do diretor, o técnico pediu demissão. A saída dele, aliada à
proximidade com a zona do rebaixamento (tem os mesmos
30 pontos que o Goiás, o 17º colocado), mergulhou o Palmeiras numa crise similar à vivenciada nos piores momentos do
primeiro semestre, quando
chegou a ser o último colocado
do campeonato nacional.
Por isso, o jogo contra o rival
do Morumbi, que lidera o Brasileiro, tornou-se ainda mais
importante para o Palmeiras.
Uma derrota em Presidente
Prudente pode recolocar o time
entre os quatro últimos.
E, para apagar esse incêndio,
o clube resolveu utilizar o mesmo "bombeiro" que já havia sido convocado no primeiro semestre, em situação semelhante. Assim como fizera quando
Emerson Leão foi demitido, a
diretoria palmeirense chamou
Marcelo Vilar, treinador do time B, para tentar evitar o descarrilhamento total.
Quando o time precisava urgentemente de um técnico para
dirigir o time nos confrontos
contra o mesmo São Paulo na
Libertadores, Vilar foi a aposta.
E, naquela oportunidade, ele
agradou à cúpula. Com um estilo motivador, fez o rival suar
para avançar na Libertadores.
O novo técnico -interino,
mas que pode virar definitivo-
havia se tornado coordenador
das equipes de base. Um prêmio da diretoria por sua rápida,
mas elogiada, passagem pelo time principal. Vilar dizia que,
apesar de se sentir feliz na função mais burocrática, gostaria
de em breve voltar a treinar.
Não esperava que a oportunidade fosse chegar tão rápido e
dentro do próprio Palmeiras.
Prova disso era o lugar onde estava ao ser informado de que
teria de assumir a equipe A.
Anteontem, enquanto Tite
desembarcava em Guarulhos e
anunciava a sua demissão, Vilar
estava em Itu, vendo o desempenho de dois atletas do Palmeiras emprestados ao Ituano.
Ontem, em Presidente Prudente, ele comentou sua situação. "Realmente fui pego de
surpresa com a saída do Tite.
Mas sou empregado do clube e
estou aí para substituí-lo. Minha preocupação é entrar e fazer um bom trabalho. Não tenho apego pelo cargo."
Já para o meia Juninho, o time precisa superar o atual mau
momento com boa atuação em
campo. "Toda troca de técnico
é ruim. Mas só a vitória vai nos
dar novamente a confiança."
(PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)
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