São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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Pelo bronze, EUA massacram o Brasil

Seleção feminina perde por diferença de 40 pontos no ginásio do Ibirapuera e termina o Mundial na quarta colocação

Sem a pivô Alessandra, machucada, equipe se despede do torneio com atuação frágil e jogadoras bastante emocionadas


ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina não retornou ao pódio em um Mundial de basquete. Ontem, no Ibirapuera, em São Paulo, o Brasil caiu diante dos EUA, por 99 a 59, na disputa pelo bronze.
Sem Alessandra, que não conseguiu se recuperar a tempo de uma tendinite no ombro esquerdo, a seleção brasileira iniciou a partida com Erika.
A pivô havia se contundido durante disputa de bola no garrafão contra a Austrália, no jogo anterior, pela semifinal. Sua ausência foi bastante sentida.
"A Alessandra fez falta. A Erika e a Kelly tentaram corresponder, mas ficou muito difícil a situação no rebote", comentou a armadora Helen, referindo-se ao amplo domínio dos EUA no garrafão -o time recuperou 37 bolas sob a tabela, contra 23 do Brasil.
Sem uma de suas principais armas em quadra, o Brasil foi dominado desde o início, com o agravante de os EUA estarem certeiros nos tiros de três pontos (55% de êxito no jogo). A marcação brasileira por zona não surtia efeito, e, com vantagem assegurada cedo, a técnica Anne Donovan, dos EUA, começou a promover revezamento de seu elenco na quadra, dando espaço para reservas.
Mesmo sem tantas opções, Antonio Carlos Barbosa, treinador do Brasil, lançou mão do banco. Ele tentou melhorar a defesa, com Micaela, e a transição para o ataque, através de Adrianinha. Cedo, Êga atingiu a terceira falta, obrigando o técnico a também pôr Cíntia Tuiú.
As alterações não conseguiram brecar o ímpeto ofensivo das visitantes, que haviam perdido uma invencibilidade de 50 jogos em Mundiais e Olimpíadas na semifinal, ao serem derrotadas pela Rússia anteontem.
Com volume de jogo superior, os EUA terminaram o primeiro tempo vencendo por 49 a 34. Graças ao aproveitamento de Diana Taurasi, ótima nos tiros longos, a diferença só aumentou no terceiro quarto, que teve vitória dos EUA por 34 a 11, ampliando a vantagem para quase 40 pontos (83 a 45). Em pouco mais de 16 minutos em quadra, Taurasi terminou como cestinha, com 28 pontos, na melhor performance individual de uma norte-americana neste Mundial. A ala-armadora do Phoenix Mercury acertou seis de seus sete arremessos de três pontos (86% de acerto).
Sem Alessandra, o Brasil ficou ainda mais limitado quando Erika cometeu sua quinta falta e teve de deixar a partida. No período final, as norte-americanas se preocuparam apenas administrar o resultado e nem se esforçaram para, na última bola, tentar atingir a contagem centenária -deixaram o cronômetro zerar. "Não acho que o Brasil jogou mal. Fomos nós que nos superamos", declarou a armadora Sue Bird.


BRASIL: Helen (5 pontos), Iziane (13), Janeth (16), Êga (7), Erika (6); Adrianinha (3), Micaela (2), Cíntia Tuiú (1), Kelly (6);
EUA: Sue Bird (2), Diana Taurasi (28), DeLisha Milton (8), Tamika Catchings (11), Tina Thompson (15); Alana Beard (8), Semone Augustus (2), Sheryl Swoopes (2), Cheryl Ford (5), Michele Snow (2), Katie Smith (6), Candace Parker (10)



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