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CBF omite valor de contrato à CPI
SOLANO NASCIMENTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CBF (Confederação Brasileira
de Futebol) omitiu em documento enviado à Câmara dos Deputados o valor de um contrato com
uma empresa britânica para uso
da imagem e do nome da seleção.
O documento, obtido pela Folha, é um dos anexos do contrato
feito entre a CBF e a Nike, cujo
conteúdo motivou a instalação de
uma CPI na Câmara.
A CPI solicitou oficialmente à
CBF o envio de uma cópia do contrato e de todos os seus anexos. O
material foi remetido pela confederação. Na última sexta-feira, o
documento começou a ser distribuído para os deputados que integram a comissão. Como era véspera do final de semana, a maioria
dos parlamentares ainda não analisou o documento.
No documento, assinado em 96,
a Nike e a CBF se comprometem a
respeitar um outro contrato que
havia sido firmado no ano anterior entre a Traffic Assessoria e
Comunicações, agente da CBF e
detentora de direitos sobre marcas ligadas à entidade, e a empresa
Wysiwyg Interactive.
Pelo contrato, a empresa britânica adquire o direito de uso do
nome e da imagem da CBF e da
seleção, inclusive da fotografia
oficial da Copa de 94, para produção de vídeos e videogames.
Uma cópia do contrato, em inglês, foi mandada à Câmara como
anexo cinco do contrato da CBF
com a Nike.
O item quatro do contrato explica que, devido à transferência
de direitos, a Wysiwyg se compromete a fazer pagamentos
anuais à Traffic. Só que a parte do
item que mostraria os valores está
em branco, como se um líquido
para correção de texto tivesse sido
usado para esconder frases.
As frases seguintes permitem
verificar que o pagamento deve
ser feito em dólar e em valores líquidos, sem desconto de imposto.
A assessoria de imprensa da
CBF, em Brasília, informou que o
presidente da entidade, Ricardo
Teixeira, está fora do país.
Segundo a assessoria, é possível
que dados referentes ao contrato
tenham ficado para serem divulgados no depoimento de Teixeira
A cópia do contrato enviada à
Câmara não tem as supostas cláusulas secretas, uma das principais
razões para a abertura da CPI.
A Nike será alvo de denúncias
relacionadas à exploração de trabalho infantil, intimidação de
funcionários e abusos físicos e
verbais de trabalhadores que serão divulgadas hoje no plenário
da Câmara pelo deputado Pedro
Celso (PT-DF), um dos vice-presidentes da CPI da CBF/Nike.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da CPI do Futebol
instalada no Senado, acertou ontem a indicação de dois procuradores-gerais da República para
ajudar a comissão.
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