São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2010

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Feijão com arroz

Corinthians e Palmeiras se enfrentam hoje no Pacaembu com velhas armas e técnicos veteranos

LUCAS REIS
MARTÍN FERNANDEZ

DE SÃO PAULO

THIAGO BRAGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Luiz Felipe Scolari tem razão. "Não tem nada para colocar de diferente, é feijão com arroz e pronto."
O técnico do Palmeiras se refere à ausência de surpresas na escalação do Corinthians para o clássico de hoje, às 16h, no Pacaembu, que começa a definir o destino dos dois times no Brasileiro.
O Corinthians está em terceiro lugar, com 50 pontos -atrás do Fluminense, com 53, e do Cruzeiro, 54.
O Palmeiras é o décimo colocado, com 44 pontos.
Por mais que Scolari e Tite, técnico que reestreia no Corinthians, tenham fechado treinos durante a semana, os dois sabem exatamente o que esperar do duelo de hoje.
A começar pelos treinadores, os dois clubes apostam em velhos conhecidos, em "bolas de segurança", no "feijão com arroz", para usar o termo do palmeirense.
O Corinthians repatriou Tite, que estava no Al Wahda, dos Emirados Árabes, para tentar recuperar nos oito jogos que faltam para o fim do Nacional os pontos que perdeu nas últimas rodadas -dos recentes 21 pontos que disputou, somou três.
Tite treinou o Corinthians entre 2004 e 2005. Há seis anos, chegou ao clube com a missão de tirar o time da zona de rebaixamento do Nacional. Levou-o ao quarto lugar.
Só caiu no ano seguinte porque bateu de frente com Kia Joorabchian, chefão da MSI, à época parceira do clube em contratações.
O Palmeiras também deposita suas esperanças no passado de Luiz Felipe Scolari. Disparado o maior salário do futebol brasileiro -cerca de R$ 700 mil mensais, livres de impostos-, o técnico, que ontem fez mais um trreino fechado, ainda goza de crédito no Parque Antarctica, que conquistou durante sua primeira passagem, quando ganhou a Libertadores de 1999 e a Copa do Brasil de 1998.
Tite chegou ao Corinthians com o discurso da "simplicidade". Tanto que deve escalar hoje o time-base usado por Adilson Batista. Scolari emplacou uma série de nove jogos sem derrota (somando Brasileiro e Sul-Americana) graças a um esquema tático com ênfase na marcação.
Dentro de campo, Corinthians e Palmeiras também dependem de ídolos que fizeram muito no passado -e pouco neste ano.
Ronaldo foi em grande parte responsável pelos títulos da Copa do Brasil e do Paulista de 2009, mas está devendo em 2010, como ele próprio já reconheceu.
Roberto Carlos chegou ao Corinthians cercado de expectativa, mas não ergueu troféus e, nesta semana, envolveu-se na polêmica sobre o título mundial de 2000.
Do outro lado, o palmeirense sonha que Kleber e Valdivia repitam as atuações de 2008. Há dois anos, quando a dupla se conheceu, o Palmeiras deu sua última volta olímpica, no estadual.


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