São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

São Paulo reverte a seu favor hostilidade no Rio

Após levar pedrada e quebrar cadeado, time bate Vasco, que sofre ira da torcida

Vasco 1
São Paulo 2

DO ENVIADO AO RIO

Antes de ir a São Januário encarar o Vasco, os são-paulinos alimentavam a esperança de fazer o clima bélico criado em torno da partida se voltar contra os próprios mandantes. E foi o que aconteceu.
Se os paulistas levaram pedradas no ônibus antes de entrar em campo, depois dos 2 a 1 aplicados pelo time de Muricy Ramalho, foi a vez de os vascaínos sentirem a fúria de sua torcida. Revoltados, os torcedores tentaram invadir a tribuna de honra do estádio e xingavam o presidente Roberto Dinamite.
Em campo, o São Paulo, que não perde há 16 jogos, bateu mais do que apanhou. Cometeu 24 faltas contra 14 do rival, de acordo com o Dataflolha.
Saiu na frente com gol de Jorge Wagner, cobrando falta. Sofreu o empate ainda no primeiro tempo e virou no segundo com Hugo, jogador que chegou a ser afastado do time e ressurgiu. Assim como todo o elenco, que era criticado pela própria diretoria do clube.
Fora de campo, os são-paulinos reclamaram que seu ônibus foi recebido com latinhas de cerveja atiradas nos vidros. E que uma pedrada quebrou uma janela perto de onde estava Muricy Ramalho, justamente quem mais reclamou antes do jogo. "Eles tentaram me acertar, mas erraram. Quase acertaram um dirigente, já de idade."
Mal desceram do ônibus e os são-paulinos colocaram mais lenha na fogueira. Queixaram-se de que um portão do vestiário estava fechado e, por isso não podiam se aquecer no gramado. Resolveram o problema de maneira simples: quebraram o cadeado.
Dinamite, presidente do Vasco, reagiu com revolta. "Adotamos o mesmo procedimento que eles adotam no Morumbi. Só que eles estouraram um cadeado. Documentamos isso e vamos reclamar na CBF", disse.
O vascaíno também reclamou de o clube paulista se aquecer atrás de um dos gols sem autorização.
"Nosso time fez o aquecimento onde sempre faz", respondeu Marco Aurélio Cunha, superintendente são-paulino.
Ao mesmo tempo, um representante da PM dava entrevista dizendo que não houve nada de irregular na chegada dos visitantes. Enquanto isso, a torcida da casa gritava "Vai morrer" para os são-paulinos.
Com a bola em jogo, o São Paulo foi pressionado nos primeiros 15 minutos. Mas reagiu nos contra-ataques. Com o time caminhando para o rebaixamento, a torcida vascaína se desesperava. Alguns rezavam quando Jorge Wagner cobrou falta no ângulo e abriu o placar, aos 22min do primeiro tempo.
Com a calma de quem está na liderança, o São acertava mais nas trocas de passe e era mais perigoso nas finalizações. Já o Vasco, com o nervosismo de quem tenta escapar do rebaixamento, errava passes, cruzamentos e finalizações.
Até o gol do empate vascaíno foi dramático. Aos 31min, Madson avançou com a bola, ignorou pedidos de passe e deu um chutão. A bola desviou na zaga, e Rogério não a alcançou.
Apesar de suas falhas, a equipe do Rio atacou mais até o fim da primeira etapa. Mas, no segundo tempo, o São Paulo não deu tempo para o Vasco. Aos 4min, Hugo aproveitou falha da defesa, dominou e fez 2 a 1.
A partir daí, o desesperou do Vasco aumentou. Jogadores e torcedores reclamaram de dois supostos pênaltis. No final, com a mão na taça, os são-paulinos classificaram os episódios em São Januário de normais. (RICARDO PERRONE)


Texto Anterior: São Paulo já comemora o hexa
Próximo Texto: Fora das finais: Zé Luís vai operar joelho e só retorna ano que vem
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.