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São Paulo reverte a seu favor hostilidade no Rio
Após levar pedrada e quebrar cadeado, time bate Vasco, que sofre ira da torcida
Vasco 1
São Paulo 2
DO ENVIADO AO RIO
Antes de ir a São Januário
encarar o Vasco, os são-paulinos alimentavam a esperança
de fazer o clima bélico criado
em torno da partida se voltar
contra os próprios mandantes.
E foi o que aconteceu.
Se os paulistas levaram pedradas no ônibus antes de entrar em campo, depois dos 2 a 1
aplicados pelo time de Muricy
Ramalho, foi a vez de os vascaínos sentirem a fúria de sua torcida. Revoltados, os torcedores
tentaram invadir a tribuna de
honra do estádio e xingavam o
presidente Roberto Dinamite.
Em campo, o São Paulo, que
não perde há 16 jogos, bateu
mais do que apanhou. Cometeu
24 faltas contra 14 do rival, de
acordo com o Dataflolha.
Saiu na frente com gol de
Jorge Wagner, cobrando falta.
Sofreu o empate ainda no primeiro tempo e virou no segundo com Hugo, jogador que chegou a ser afastado do time e ressurgiu. Assim como todo o
elenco, que era criticado pela
própria diretoria do clube.
Fora de campo, os são-paulinos reclamaram que seu ônibus
foi recebido com latinhas de
cerveja atiradas nos vidros. E
que uma pedrada quebrou uma
janela perto de onde estava
Muricy Ramalho, justamente
quem mais reclamou antes do
jogo. "Eles tentaram me acertar, mas erraram. Quase acertaram um dirigente, já de idade."
Mal desceram do ônibus e os
são-paulinos colocaram mais
lenha na fogueira. Queixaram-se de que um portão do vestiário estava fechado e, por isso
não podiam se aquecer no gramado. Resolveram o problema
de maneira simples: quebraram o cadeado.
Dinamite, presidente do Vasco, reagiu com revolta. "Adotamos o mesmo procedimento
que eles adotam no Morumbi.
Só que eles estouraram um cadeado. Documentamos isso e
vamos reclamar na CBF", disse.
O vascaíno também reclamou de o clube paulista se
aquecer atrás de um dos gols
sem autorização.
"Nosso time fez o aquecimento onde sempre faz", respondeu Marco Aurélio Cunha,
superintendente são-paulino.
Ao mesmo tempo, um representante da PM dava entrevista
dizendo que não houve nada de
irregular na chegada dos visitantes. Enquanto isso, a torcida
da casa gritava "Vai morrer" para os são-paulinos.
Com a bola em jogo, o São
Paulo foi pressionado nos primeiros 15 minutos. Mas reagiu
nos contra-ataques. Com o time caminhando para o rebaixamento, a torcida vascaína se
desesperava. Alguns rezavam
quando Jorge Wagner cobrou
falta no ângulo e abriu o placar,
aos 22min do primeiro tempo.
Com a calma de quem está na
liderança, o São acertava mais
nas trocas de passe e era mais
perigoso nas finalizações. Já o
Vasco, com o nervosismo de
quem tenta escapar do rebaixamento, errava passes, cruzamentos e finalizações.
Até o gol do empate vascaíno
foi dramático. Aos 31min, Madson avançou com a bola, ignorou pedidos de passe e deu um
chutão. A bola desviou na zaga,
e Rogério não a alcançou.
Apesar de suas falhas, a equipe do Rio atacou mais até o fim
da primeira etapa. Mas, no segundo tempo, o São Paulo não
deu tempo para o Vasco. Aos
4min, Hugo aproveitou falha
da defesa, dominou e fez 2 a 1.
A partir daí, o desesperou do
Vasco aumentou. Jogadores e
torcedores reclamaram de dois
supostos pênaltis. No final,
com a mão na taça, os são-paulinos classificaram os episódios
em São Januário de normais.
(RICARDO PERRONE)
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