São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2008

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entrevista

"Sem time forte", Muricy pede sacrifício

DO ENVIADO AO RIO

Na saída de São Januário, perto de se sagrar tricampeão brasileiro, Muricy Ramalho desdenhou das provocações dos vascaínos, que soltaram rojões em frente ao hotel do clube. E disse que seu time ainda precisa se sacrificar para ser campeão, por não ser muito forte.
Isso, apesar de o clube estar a uma vitória do título, sem depender de outros resultados. Por isso o treinador já avisou que irá blindar o grupo de jogadores durante a semana. O elenco são-paulino está proibido de conceder entrevistas exclusivas ou participar de reportagens especiais. Dessa maneira, repete a tática de quando o time assumiu a ponta do Nacional pela primeira vez, após a vitória sobre o Inter na 33ª rodada. (RICARDO PERRONE)

 

PERGUNTA - A hostilidade da torcida do Vasco motivou ainda mais o seu time?
MURICY RAMALHO
- A pedrada [na janela do ônibus] foi perigosa, mas os rojões eu nem ouvi. Ronco muito, então não vou ouvir barulho de rojão.

PERGUNTA - O que achou do clima de guerra criado depois de você reclamar de São Januário?
MURICY
- As pessoas precisam parar com hipocrisia. Falei apenas duas coisas: que é difícil chegar aqui e que sempre tem muita gente dentro de campo. Nenhuma das duas é mentira.

PERGUNTA - Como você avalia tudo o que aconteceu?
MURICY
- O futebol é assim mesmo. Falaram que eu exagerei. Mas, mesmo com todo o aparato que montamos de segurança, tivemos dificuldades para chegar aqui. Imagine se não tivéssemos montado. Agora, no futebol, nós também não podemos ser bonzinhos. Se for bonzinho, você está morto.

PERGUNTA - Como é estar tão perto do título depois de ser criticado pela própria diretoria?
MURICY
- Normal. Um técnico não pode virar a cara para a diretoria porque é criticado pelos dirigentes quando está numa má fase. E deixar o São Paulo em condições de ser campeão não é nada mais do que a minha obrigação, trabalhando num clube grande como este.

PERGUNTA - E a trajetória do time nesta temporada?
MURICY
- Teve um momento em que as coisas não estavam dando certo, precisei dar uma pegada nos caras. E outros fatos foram acontecendo e nos ajudando. Também tivemos muita sorte.

PERGUNTA - Como fazer para a euforia dos torcedores não prejudicar o time?
MURICY
- Não temos um time muito forte, então precisamos fazer alguns sacrifícios para conquistar o título. Temos que cortar algumas coisas, como entrevistas, para que o time fique 100% concentrado no Fluminense.


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