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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@folha.com.br
Tricolor camaleão
O VASCO tem apenas
um atacante. Tem
mesmo?
A resposta a essa pergunta
passa pela definição das posições de Madson e Alex Teixeira. Eles jogam à frente da linha de quatro meio-campistas e logo atrás de Leandro
Amaral, o atacante solitário.
É o que se convencionou
chamar de 3-6-1, sem que
muitos notassem ser, na verdade, um 3-4-3. Não importa
o nome do sistema ou o número de atacantes. A questão
é: como marcar um time assim? Ou melhor, como marcar Madson, que é meia e aparece na armação das jogadas,
mas também é atacante e visto, muitas vezes, com Leandro Amaral. Era o drama são-paulino no primeiro tempo.
Muricy Ramalho escalou
três zagueiros: Anderson na
sobra, André Dias e Miranda
na caça. Eis o primeiro problema para o técnico. Anderson e André Dias não são tão
bons na caça quanto na cobertura. Contra três avantes, ficavam no mano a mano.
Madson era marcado por
Jean e o arrastava até a ponta
direita, enquanto André Dias
ficava sem ninguém para
marcar, porque Alex Teixeira
atuava no meio-de-campo.
Muricy mudou. Aos 9min,
André Dias já marcava Madson, Jean grudava em Alex
Teixeira. A marcação acertou
até que Madson voltou a cair
pela direita. Só havia uma saída, e isso estava claro aos
10min. Muricy passaria a ter
André Dias como lateral-direito, numa linha de quatro
marcadores. Aos 16min, o time já estava posicionado assim. A marcação assentou e,
aos 21min, Jorge Wagner fez 1
x 0. Mas Madson...
Com marcação por zona, a
lógica era que André Dias o
marcasse, quando se aproximasse do ataque, que Jean fizesse a proteção quando jogasse como meia. Simples,
não? Pois Jean estava grudado em Alex Teixeira, quando o
baixinho do Vasco apanhou a
bola aos 30min e caminhou,
sem ninguém a incomodá-lo.
Armar a linha de quatro defensores tinha um inconveniente: tirar Jorge Wagner da
marcação a Wagner Diniz. O
jeito de Muricy foi inverter o
ala que jogaria como lateral.
Joílson veio à segunda etapa
nessa posição. Só aí a marcação assentou. Em quatro minutos, o São Paulo fez 2 a 1.
O Tricolor que muda de cara durante o jogo é quase tricampeão brasileiro.
MEIA OU ATACANTE
O primeiro gol do Vitória
contra o Grêmio foi da mesma família do gol de Madson.
Leandro Domingues é meia,
mas aparece no ataque. O
Grêmio tem três zagueiros,
nenhum deles preparado para marcar o meia que se torna atacante. Leandro Domingues saiu na cara de Victor e só deslocou o goleiro.
NAS COSTAS
O Flamengo é um quando
Juan, Ibson e Kleberson jogam bem. É outro quando
não estão inspirados. No segundo tempo, Ibson cresceu
de produção e Juan participou do lance do gol de empate. Mas Kleberson passou a
partida tentando controlar
Ramires, do Cruzeiro. Perdeu o duelo de longe.
MUDANÇA
O discurso da diretoria do Santos continua sendo o
de que o atual treinador, Márcio Fernandes, será o comandante confirmado para a próxima temporada, assim
que a equipe atingir 49 pontos neste Campeonato Brasileiro. Mas aumentam os comentários de que a Traffic, com a turbulência política vivida pelo Palmeiras nos últimos tempos, pode seguir, com mala e Vanderlei Luxemburgo, para o clube da Vila Belmiro no ano que vem.
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