São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2008

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@folha.com.br

Tricolor camaleão

O VASCO tem apenas um atacante. Tem mesmo?
A resposta a essa pergunta passa pela definição das posições de Madson e Alex Teixeira. Eles jogam à frente da linha de quatro meio-campistas e logo atrás de Leandro Amaral, o atacante solitário.
É o que se convencionou chamar de 3-6-1, sem que muitos notassem ser, na verdade, um 3-4-3. Não importa o nome do sistema ou o número de atacantes. A questão é: como marcar um time assim? Ou melhor, como marcar Madson, que é meia e aparece na armação das jogadas, mas também é atacante e visto, muitas vezes, com Leandro Amaral. Era o drama são-paulino no primeiro tempo.
Muricy Ramalho escalou três zagueiros: Anderson na sobra, André Dias e Miranda na caça. Eis o primeiro problema para o técnico. Anderson e André Dias não são tão bons na caça quanto na cobertura. Contra três avantes, ficavam no mano a mano.
Madson era marcado por Jean e o arrastava até a ponta direita, enquanto André Dias ficava sem ninguém para marcar, porque Alex Teixeira atuava no meio-de-campo.
Muricy mudou. Aos 9min, André Dias já marcava Madson, Jean grudava em Alex Teixeira. A marcação acertou até que Madson voltou a cair pela direita. Só havia uma saída, e isso estava claro aos 10min. Muricy passaria a ter André Dias como lateral-direito, numa linha de quatro marcadores. Aos 16min, o time já estava posicionado assim. A marcação assentou e, aos 21min, Jorge Wagner fez 1 x 0. Mas Madson...
Com marcação por zona, a lógica era que André Dias o marcasse, quando se aproximasse do ataque, que Jean fizesse a proteção quando jogasse como meia. Simples, não? Pois Jean estava grudado em Alex Teixeira, quando o baixinho do Vasco apanhou a bola aos 30min e caminhou, sem ninguém a incomodá-lo.
Armar a linha de quatro defensores tinha um inconveniente: tirar Jorge Wagner da marcação a Wagner Diniz. O jeito de Muricy foi inverter o ala que jogaria como lateral. Joílson veio à segunda etapa nessa posição. Só aí a marcação assentou. Em quatro minutos, o São Paulo fez 2 a 1.
O Tricolor que muda de cara durante o jogo é quase tricampeão brasileiro.

MEIA OU ATACANTE
O primeiro gol do Vitória contra o Grêmio foi da mesma família do gol de Madson. Leandro Domingues é meia, mas aparece no ataque. O Grêmio tem três zagueiros, nenhum deles preparado para marcar o meia que se torna atacante. Leandro Domingues saiu na cara de Victor e só deslocou o goleiro.

NAS COSTAS
O Flamengo é um quando Juan, Ibson e Kleberson jogam bem. É outro quando não estão inspirados. No segundo tempo, Ibson cresceu de produção e Juan participou do lance do gol de empate. Mas Kleberson passou a partida tentando controlar Ramires, do Cruzeiro. Perdeu o duelo de longe.

MUDANÇA
O discurso da diretoria do Santos continua sendo o de que o atual treinador, Márcio Fernandes, será o comandante confirmado para a próxima temporada, assim que a equipe atingir 49 pontos neste Campeonato Brasileiro. Mas aumentam os comentários de que a Traffic, com a turbulência política vivida pelo Palmeiras nos últimos tempos, pode seguir, com mala e Vanderlei Luxemburgo, para o clube da Vila Belmiro no ano que vem.


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