São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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CARLOS SARLI

Dose dupla


Os gêmeos Tristan e Nic Puehse, que têm a idade da minha filha Mariana, já assombram no skate


PASSEI BOA PARTE das férias empurrando minha filha Mariana, 9, nas ondas do Guarujá. Água quente, sol, meio metrinho (sim, existe meio metrão). Condições perfeitas para aprendizes. Minha primeira prancha foi presente de meu pai, numa época em que ter o apoio dos pais para esportes como surfe e skate não era algo comum. Os tempos mudaram. Para a sorte dela e dos gêmeos americanos Tristan e Nic Puehse, também de nove anos. Californianos, mais conhecidos como Puehse Twins, esses pequenos rapazes começaram a andar de skate aos seis, quando um skatepark foi inaugurado na vizinhança.
Levados pelo pai, Michael, ganharam skates do Scooby Doo comprados no supermercado e começaram carreira que, se os joelhos agüentarem, deve ir longe. Vale citar que Bob Burniquist, nosso maior ídolo, começou com 11 anos. A dupla tem arrancado exclamações por onde passa e muitos prêmios nas competições. Em novembro, os irmãos se apresentaram no programa de TV da comediante Ellen DeGeneris (apresentadora do Oscar deste ano) e mostraram do que são capazes. Brincadeira de criança. Alguns não gostaram do showzinho numa pequena rampa de 3 m porque já sabem que os meninos de 1,25 m fazem muito mais.
No YouTube (Puehse Twins Skateboarding), ou na página www.skateboardingtwins.com, é possível entender por que os meninos já estão virando lendas do esporte. Nic é mais velho 23 minutos. Tristan consegue fazer manobras que seu irmão ainda está treinando: aéreos, flips e manobras no corrimão. Herança genética? O pai diz que passou a entender mais do esporte por causa dos filhos. E seguramente passou a entender mais dos filhos por causa do esporte.
Antes do skate, os meninos já tinham praticado wakeboard, o que deve facilitar as manobras. Não ter medo, tolerar mais a dor do que os adultos, alta capacidade de concentração e habilidade natural compõem a receita que converge para uma verdadeira paixão pelo esporte. Além disso, os Puehse já têm patrocínio de gente grande: Nike 6.0, Powell Skateboards, Swiss Bones... A Mariana completa dez anos em poucas semanas, os gêmeos Puehse, só em dezembro.

No Rio
Um considerável half pipe apontado para o Cristo Redentor, torneio de duplas e a presença dos melhores skatistas nacionais foram diferenciais do Oi Vert Jam, primeira etapa do circuito mundial concluída no final de semana no Rio. O nível técnico foi abaixo do esperado. O calor e o início da temporada tornaram o evento um aquecimento para as provas que virão. Os brasileiros ocuparam 6 das 10 vagas da final. Sandro Dias saiu na frente na busca pelo penta, com Bob Burnquist em segundo e o finlandês Jussi Korhonen em terceiro.

PERNA BRASILEIRA - WQS
Na próxima terça-feira, começa o Mormaii Costão do Santinho Pro, primeiro seis estrelas do Mundial de Surfe 2007. Na seqüência vem o Hang Loose Pro Contest, provas cinco estrelas prime (2.500 pontos), em Fernando de Noronha. O limite de 192 atletas foi esgotado nas duas provas, em sua maioria por estrangeiros de 18 países.

SKATE AMADOR
O brasiliense Felipe Gustavo, o "Buchecha", venceu de forma incontestável no street do Tampa 2007 AM Contest, disputado na Flórida, EUA, e considerado o campeonato mais importante da categoria. O contingente brasileiro foi composto de 6 atletas; no half pipe destaque para o local de Guaratinguetá Ronaldo Gomes "Bobito", em terceiro, e Marcelo Bastos na quarta colocação.

sarli@trip.com.br


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