São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 2007

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crise

Corinthians só empata, e torcida xinga Leão

Time marca com Arce, mas tem atletas expulsos e faz quarto jogo sem vencer

Corinthians 1
Rio Branco 1

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que igualou Antonio Lopes como o técnico com maior permanência no cargo na era MSI (37 jogos), o contestado Emerson Leão tropeçou pela quarta vez seguida, contra um dos piores times do Paulista, e intensificou a pressão por sua saída do Corinthians.
Ao final, torcedores da Gaviões da Fiel gritaram "é dia 4", em referência ao clássico com o arqui-rival Palmeiras. Antes, na quinta-feira, o Corinthians realiza o jogo de volta contra o Pirambu pela Copa do Brasil.
Os gritos de burro para o treinador ecoaram pelo estádio, e o time, de novo, perdeu a cabeça. Teve dois jogadores expulsos -já foram 9 em 11 partidas.
A arbitragem também fez lambança no jogo. Rodrigo Martins Cintra expulsou o volante Felipe, que já tinha amarelo, por achar que ele fez falta em Nilmar -o autor da infração foi Josias. "O Cintra está um pouco fora de ritmo", disse Marcos Marinho, chefe da arbitragem da federação paulista.
O resultado manteve o Corinthians fora da zona dos quatro classificados para as semifinais do Estadual -o time é apenas o sexto, com 16 pontos.
O treinador Leão amarga, no Parque São Jorge, seu pior desempenho à frente dos times grandes no Paulista.
Criticado por não dar um padrão ao Corinthians, ele mostrou ontem, em seu 37º jogo dirigindo a equipe, de novo, estar confuso em relação ao time. Escalou três volantes, só um meia, Willian, e dois atacantes.
O time, devido à fragilidade do Rio Branco, até foi melhor em campo, mas na base da individualidade de Nilmar e Arce. O boliviano fez 1 a 0, ainda no 1º tempo, após bela jogada do companheiro de ataque.
O que se viu, na maior parte do tempo, foi um time desorganizado e taticamente incapaz de superar o Rio Branco, que está na zona de rebaixamento.
Vaiado desde antes do início do jogo, Leão tem desprezado os treinos táticos. Relatório interno do departamento de futebol mostra que o técnico fez, em 2006, apenas cinco trabalhos de estratégia de jogo em 78 ações, como revelou a Folha.
Ontem Leão voltou a fazer uma substituição que irritou a torcida. Tirou o único armador do time, Willian, e pôs o atacante Wilson. Resultado: a equipe passou a ter três homens de frente, mas a bola não chegava a eles, já que ninguém conseguia articular as jogadas.
Tudo isso após a expulsão de Bruno Octávio, no início do 2º tempo, e o belo gol de empate de Rossini. Para piorar, o time ainda perdeu Betão, expulso pela terceira vez no torneio.
Irritado, Leão saiu xingado pela torcida e bateu boca com um fotógrafo. Depois, desculpou-se. "Homens, quando erram, têm que pedir desculpas."


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