São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

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fosso etário

Palmeiras tenta unir gerações

Média de idade dos defensores do time é 7,5 anos maior do que a dos atletas com funções ofensivas

Contra o São Caetano, pelo Paulista, clube joga para manter liderança e deixar novatos e veteranos em sintonia após tropeços


Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
O lateral Fabinho Capixaba, o meia Cleiton Xavier e o zagueiro Marcão, que fará sua estreia pelo Palmeiras, treinam no CT do clube

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras, que hoje, às 21h50, pega no ABC o São Caetano, pelo Campeonato Paulista, ataca com garotos e defende com veteranos, em um paradoxo único entre os grandes e que já causa desconforto no time, o líder do torneio, com um ponto a mais e um jogo a menos do que o Corinthians.
A média de idade dos palmeirenses que vão a campo hoje com mais funções ofensivas (alas, meias e atacantes) é de apenas 22,5 anos. Já a dos defensores (goleiro, zagueiros e o volante Pierre) é de 30 anos.
Em nenhum outro grande paulista esse descompasso é tão grande. Na verdade, ela é nos adversários palmeirenses quase imperceptível, sempre ficando abaixo dos dois anos. Nos casos de São Paulo e Santos os jogadores ofensivos são, na média, mais velhos.
O furor dos garotos virou motivo de críticas depois dos primeiros dois tropeços do clube na temporada -derrota para a LDU, pela Libertadores, e empate contra a Portuguesa, pelo Paulista, no sábado.
Vanderlei Luxemburgo, o técnico do time, reclamou do fato de o Palmeiras não se fechar contra a Lusa após ter feito 2 a 0. Segundo ele, a equipe, puxada por seus jovens meias e atacantes, tentou o terceiro gol e acabou sofrendo o empate.
Na mesma partida, Keirrison, 20, o mais jovem titular palmeirense, reclamou de que a bola não estava chegando nele, o que teria sido o motivo da comemoração em tom de desabafo em um dos dois gols que marcou no Canindé.
Nos dois dias anteriores de treino antes do jogo de hoje no ABC, Luxemburgo levou ao limite o seu estilo cheio de palavrões no comando de treinos.
A principal vítima foi o lateral-direito Fabinho Capixaba, xingado pelo treinador por deixar muito espaço às suas costas para o time reserva enquanto apoiava o ataque.
Nesse ponto, veteranos e novatos defendem o chefe.
"Às vezes existem uns jogadores mais sensíveis, que ficam mais chateados com a forma dele [Luxemburgo], mas todos estão acostumados. Se o atleta está no grupo é porque tem a confiança dele", falou o zagueiro e capitão Edmilson, 32.
"É o jeito dele trabalhar e sempre funcionou dessa forma", declarou Keirrison.
Diante do São Caetano, a média de idade dos jogadores defensivos do Palmeiras vai aumentar com a estreia de Marcão, 33. Segundo Keirrison, sua presença será importante para os novatos, como ele.
"Com a sua experiência, ele vai ensinar muitas coisas para a gente", disse o centroavante, ex-jogador do Coritiba -foi artilheiro do Brasiliero-2008- e autor de dez gols com a camisa palmeirense em oito jogos.
Depois de enfrentar o São Caetano, o Palmeiras ainda faz dois jogos antes do clássico contra o Corinthians, no dia 8 de março. Essa é a justificativa para o duelo contra o maior rival, seja entre novatos e veteranos, ser assunto vetado no Parque Antarctica.


NA TV - São Caetano x Palmeiras
Globo e Band (para SP), ao vivo, às 21h50



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